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domingo, 21 de maio de 2017

Diretor da J&F afirma que jornalista Cláudio Humberto o chantageou

O diretor de relações institucionais do grupo J&F, Ricardo Saud (foto), afirmou em delação premiada que pagou R$ 18 mil mensais ao jornalista Cláudio Humberto para evitar a publicação de notícias negativas sobre as empresas do grupo.

Humberto é editor-chefe do site "Diário do Poder" e distribui sua coluna para diversos jornais do país. Foi assessor de imprensa e porta-voz de Fernando Collor na Presidência da República (1990-1992).

Saud afirma que foi tema de uma nota em 2014, após visitar a casa do senador Renan Calheiros (PMDB-AL). De acordo com o diretor, o jornalista afirmou na coluna que "Joesley [Batista] fez de Ricardo Saud o homem da mala".

"O próprio Renan disse: 'Ele fez isso para chamar vocês lá para um acerto. Vai lá e dá um dinheirinho para ele que resolve. Ele vive disso'", declarou Saud aos procuradores.

De acordo com o executivo, Humberto cobrou inicialmente R$ 30 mil mensais. Após uma negociação, ficou acertado um pagamento de R$ 18 mil por mês.

"Tem dois anos que estamos pagando para ele parar de falar mal da gente. Se não pagar, no dia seguinte ele vai lá e fala mal. Se fez isso comigo, deve estar fazendo com muita gente", afirmou.
Compra de senadores
Ricardo Saud, disse também em depoimento que a empresa de Joesley Batista comprou por R$43 milhões cinco senadores em 2014, a pedido do ministro Guido Mantega (Fazenda), para garantir o apoio do PMDB à reeleição de Dilma Rousseff.

O acerto da propina foi fechado na residência oficial do então presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), que Saud freqüentava assiduamente, organizando pessoalmente churrascos com carnes e bebidas finas.

Dos R$ 43 milhões da propina, Renan ficou com a maior parte (R$ 9,3 milhões). Eduardo Braga (AM), Jader Barbalho (PA) e Eunício Oliveira (CE), atual presidente do Senado, teriam levado R$ 6 milhões cada. Valdir Raupp (RO) ficou com R$ 4 milhões.

O lobista disse haver relatado esses pagamentos a Michel Temer: "O Joesley me entregou um bilhete, depois de uma reunião com Guido. Eu fui lá, no sábado à tarde, no Michel Temer, e mostrei isso a ele. Ele ficou muito indignado, porque estava perdendo o controle do PMDB."

Esclarecimentos do "Diário do Poder" - Claudio Humberto 
Denunciado em novembro de 2014 pelo jornalista Cláudio Humberto, do Diário do Poder, como “o homem da mala” do grupo JBS, o lobista Ricardo Saud resolveu se vingar do colunista, tentando arrastá-lo para o seu lamaçal, afirmando agora em depoimento que teria sido vítima de “chantagem”. O corruptor confesso mente, como forma de se vingar do fato de o jornalista ter lançado luz sobre suas atividades criminosas. Ele próprio diz, no depoimento, que as notícias do colunista criaram “muitos problemas” para ele. Saud também não apresentou provas, tampouco indícios do que alegou. Serão adotadas contra o lobista as medidas judiciais cabíveis.

Saud mentiu ao afirmar que não havia contrato de veiculação publicitária, quando na verdade o documento foi assinado em 5 de fevereiro de 2015 pelo prazo de um ano, e cujo objeto é claro, definido na em sua cláusula primeira: “A contratante terá direito à veiculação de banner publicitário, com marca, em espaço disponibilizado pela contratada, no portal ‘Diário do Poder’, cujo local específico será definido em comum acordo entre as partes”.

Outra cláusula do contrato reforça que o lobista mentiu em seu depoimento, distorcendo a natureza das relações meramente publicitárias entre as partes. Diz a cláusula terceira do contrato: “O contratante (J&F) está ciente de que a presente relação contratual não implica em qualquer compromisso de natureza editorial, tampouco obriga a contratada (site) a veicular informações que não sejam produto de rigorosa apuração jornalística”

As abordagens da empresa para anunciar no portal começaram em setembro de 2013, mais de um ano antes da publicação das notícias denunciando as atividades criminosas do lobista Ricardo Saud.

Homem de Severino Cavalcanti
O ressentimento do corruptor se consolidou com a notícia da coluna, que há 19 anos revela e denuncia falcatruas de políticos, de que ele fez a vida à sombra da corrupção em Brasília, tendo sido assessor e pupilo do ex-deputado Severino Cavalcanti (PP-PE), que entrou para a história pelas negociatas que protagonizou.

Depois que Severino caiu em desgraça, Ricardo Saud se afastou dele, ligando-se ao deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), com quem dividiu apartamento em Brasília. Da Fonte tem sido citado em diversas investigações do Ministério Público Federal.

A empresa J&F, controladora da marca Friboi, fechou com o site em fevereiro de 2015 para adquirir espaços publicitários, a exemplo do que faz nos principais veículos de comunicação do País. O contrato foi fechado no valor de R$18 mil.

Deslumbramento com churrasco O colunista Cláudio Humberto, que acompanha os bastidores do poder em Brasília, também denunciou Ricardo Saud, especialista em bajular políticos, pela intimidade que demonstrava com o então presidente do Senado, Renan Calheiros.

O “deslumbramento” do lobista Saud entrou para o anedotário dos meios políticos. Ele até entrava na residência oficial do senador, até na ausência dele, para surpreendê-lo com um churrasco sofisticado, com carnes selecionadas e bebidas caras.

Essa notícia irritou Saud e também Calheiros, que desde então assumiu uma postura hostil em relação ao jornalista – como tantos políticos cujas malfeitorias foram por ele denunciadas.

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