Por que, em pleno século XXI, após décadas de lutas por liberdade e independência femininas, tantas brasileiras preferem ser amantes de homens casados? Para tentar compreender essa escolha, entrevistei mulheres de diferentes idades que viveram, e ainda vivem, esse tipo de arranjo conjugal.
As mulheres pesquisadas afirmam que, em determinada fase da vida, especialmente depois dos 40 anos, é quase impossível encontrar "um homem interessante disponível". Dizem, categoricamente, que "falta homem no mercado". Elas acham melhor ter "um companheiro, mesmo que pela metade", do que ficarem sozinhas.
O discurso delas é construído a partir de uma oposição básica: liberdade versus obrigação. A amante seria a escolha livre e desinteressada, a esposa seria a obrigação compulsória.
Elas apresentam uma contabilidade comparativa em termos do tempo que o homem se divide entre a esposa e a amante. Buscam demonstrar que, mesmo quando ele passa mais tempo com a esposa e a família, a qualidade do tempo que passa com a amante é muito superior. A medida mais importante é a de que ele está com ela movido pelo desejo, cumplicidade e amor, e não por constrangimentos sociais e interesses econômicos.
A crença na fidelidade do amante é fundamental. Elas enfatizam que recebem provas constantes de que "ele só transa comigo", "ele é 100% fiel a mim", "ele não transa mais com a esposa". A fidelidade sexual é a maior prova de que elas são "únicas" e superiores às esposas. A fidelidade do amante é um valor tão fundamental que, sem ela, a relação não sobreviveria. Elas acreditam (e precisam acreditar) que são as únicas, especialmente no domínio sexual.
Por fim, elas dizem que ficam com o "filé mignon" de um relacionamento amoroso: prazer sexual, conversas íntimas e divertidas, passeios e viagens, projetos profissionais. Para a esposa sobrariam as migalhas: mentiras, brigas, cuidados do lar, preocupações com os filhos, obrigações financeiras, "mesmices". Elas acreditam que são as verdadeiras companheiras em todos os níveis (amorosos, sexuais e intelectuais), enquanto a esposa é o vínculo obrigatório e neurótico do parceiro. Portanto, para elas, a verdadeira Outra é a esposa traída. Não é um verdadeiro paradoxo?
As mulheres pesquisadas afirmam que, em determinada fase da vida, especialmente depois dos 40 anos, é quase impossível encontrar "um homem interessante disponível". Dizem, categoricamente, que "falta homem no mercado". Elas acham melhor ter "um companheiro, mesmo que pela metade", do que ficarem sozinhas.
O discurso delas é construído a partir de uma oposição básica: liberdade versus obrigação. A amante seria a escolha livre e desinteressada, a esposa seria a obrigação compulsória.
Elas apresentam uma contabilidade comparativa em termos do tempo que o homem se divide entre a esposa e a amante. Buscam demonstrar que, mesmo quando ele passa mais tempo com a esposa e a família, a qualidade do tempo que passa com a amante é muito superior. A medida mais importante é a de que ele está com ela movido pelo desejo, cumplicidade e amor, e não por constrangimentos sociais e interesses econômicos.
A crença na fidelidade do amante é fundamental. Elas enfatizam que recebem provas constantes de que "ele só transa comigo", "ele é 100% fiel a mim", "ele não transa mais com a esposa". A fidelidade sexual é a maior prova de que elas são "únicas" e superiores às esposas. A fidelidade do amante é um valor tão fundamental que, sem ela, a relação não sobreviveria. Elas acreditam (e precisam acreditar) que são as únicas, especialmente no domínio sexual.
Por fim, elas dizem que ficam com o "filé mignon" de um relacionamento amoroso: prazer sexual, conversas íntimas e divertidas, passeios e viagens, projetos profissionais. Para a esposa sobrariam as migalhas: mentiras, brigas, cuidados do lar, preocupações com os filhos, obrigações financeiras, "mesmices". Elas acreditam que são as verdadeiras companheiras em todos os níveis (amorosos, sexuais e intelectuais), enquanto a esposa é o vínculo obrigatório e neurótico do parceiro. Portanto, para elas, a verdadeira Outra é a esposa traída. Não é um verdadeiro paradoxo?
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