"As palavras determinam a qualidade das coisas. Às vezes vou a um desses novos restaurantes em que os pratos levam dez linhas a descrever. No meu tempo não era assim. Os pratos eram designados por uma palavra só. Feijoada. Vatapá. Moqueca. Hoje, sinto que me falta formação acadêmica para almoçar lascas de bacalhau em azeite de oliva a baixa temperatura sobre cama de purê de grão-de-bico e espinafres baby com redução de balsâmico, alho e ervas finas.
E, quando a comida chega à mesa, descubro sempre que desfrutei mais da descrição do prato do que da sua ingestão. As palavras são mais ricas que a comida, mais suculentas que a comida, mais saborosas que a comida. E, nesse tipo de restaurante, normalmente as palavras são mais que a comida. O discurso sobre a comida é melhor que a comida, faz a comida melhor do que ela é." (Ricardo Araújo Pereira, colunista da Folha de SP)
E, quando a comida chega à mesa, descubro sempre que desfrutei mais da descrição do prato do que da sua ingestão. As palavras são mais ricas que a comida, mais suculentas que a comida, mais saborosas que a comida. E, nesse tipo de restaurante, normalmente as palavras são mais que a comida. O discurso sobre a comida é melhor que a comida, faz a comida melhor do que ela é." (Ricardo Araújo Pereira, colunista da Folha de SP)
Em outras palavras: esses pratos ricanente descritos nem são lá essas coca-cola.
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