Por Marcelo Rubens Paiva - Estadão
Chico Buarque agora é acusado de ser machista pelo verso da nova música, Tua Cantiga:
Quando teu coração suplicar
Ou quando teu capricho exigir
Largo mulher e filhos
E de joelhos
Vou te seguir
O artista também autor de ficção retrata o amor de um amante por uma
mulher casada. Também casado, espera sua amada se separar, para estar
com ela para sempre. Escuta queixas e consola.
O artista não defende que casamentos devem ser abandonados se uma paixão secreta se separa.
Nem a união sem amor pleno.
Conta a história secreta de um cara, PERSONAGEM, que ama a amante, que para sua infelicidade é casada, mais do que tudo, e a espera, torce, implora pala ela se separar. Retrata um personagem. Podemos gostar dele ou não. Podemos justificar seu crime, como em Crime e Castigo (Dostoievski). Afinal, é injusto com a esposa estar com ela e amar outra.
Mais aqui >Chico é artista, não machista
De uns tempos para cá, talvez em razão desse bate-papo de milhares de
vozes que são as redes sociais, quase tudo é alvo de algum tipo de
crítica. E, num ambiente de muito alarido, muitas vezes vence quem fala
mais alto – ou quem é mais radical.
Recentemente, o nosso Chico Buarque, que sempre cantou tão bem o amor e os amantes, foi alvo de uma injustiça. Sua nova canção, intitulada “Tua cantiga”, foi tachada de machista. A estrofe que deflagrou a polêmica foi esta:
Chico Buarque, o amor e a saudade da Amélia: onde está o machismo?
Por Thaís Nicoleti - Folha de SP
Recentemente, o nosso Chico Buarque, que sempre cantou tão bem o amor e os amantes, foi alvo de uma injustiça. Sua nova canção, intitulada “Tua cantiga”, foi tachada de machista. A estrofe que deflagrou a polêmica foi esta:
Quando teu coração suplicar,
Ou quando teu capricho exigir,
Largo mulher e filhos
E de joelhos
Vou te seguir
Depreende-se da letra que o eu lírico (a voz que fala no poema) é um
homem casado que se apaixona por outra mulher e se diz capaz de deixar o
casamento para segui-la, caso ela assim o deseje. Trata-se de uma
declaração de amor, como, de resto, o são as outras estrofes, em que
fala de saudade, oferece proteção, sugere delicadamente a sensualidade
da mulher, expressa desejo de fazer carinhos, sente ciúme etc.
Quando te der saudade de mim
Quando tua garganta apertar
Basta dar um suspiro
Que eu vou ligeiro
Te consolar
Se o teu vigia se alvoroçar
E, estrada afora, te conduzir
Basta soprar meu nome
Com teu perfume
Pra me atrair
Se as tuas noites não têm mais fim
Se um desalmado te faz chorar
Deixa cair um lenço
Que eu te alcanço
Em qualquer lugar
Quando teu coração suplicar
Ou quando teu capricho exigir
Largo mulher e filhos
E de joelhos
Vou te seguir
Na nossa casa
Serás rainha
Serás cruel, talvez
Vais fazer manha
Me aperrear
E eu, sempre mais feliz
Silentemente
Vou te deitar
Na cama que arrumei
Pisando em plumas
Toda manhã
Eu te despertarei
Quando te der saudade de mim
Quando tua garganta apertar
Basta dar um suspiro
Que eu vou ligeiro
Te consolar
Se o teu vigia se alvoroçar
E, estrada afora, te conduzir
Basta soprar meu nome
Com teu perfume
Pra me atrair
Entre suspiros
Pode outro nome
Dos lábios te escapar
Terei ciúme
Até de mim
No espelho, a te abraçar
Mas teu amante
Sempre serei
Mais do que hoje sou
Ou estas rimas
Não escrevi
Nem ninguém nunca amou
Se as tuas noites não têm mais fim
Se um desalmado te faz chorar
Deixa cair um lenço
Que eu te alcanço
Em qualquer lugar
E quando o nosso tempo passar
Quando eu não estiver mais aqui
Lembra-te, minha nega
Desta cantiga
Que fiz pra ti.
Quando tua garganta apertar
Basta dar um suspiro
Que eu vou ligeiro
Te consolar
Se o teu vigia se alvoroçar
E, estrada afora, te conduzir
Basta soprar meu nome
Com teu perfume
Pra me atrair
Se as tuas noites não têm mais fim
Se um desalmado te faz chorar
Deixa cair um lenço
Que eu te alcanço
Em qualquer lugar
Quando teu coração suplicar
Ou quando teu capricho exigir
Largo mulher e filhos
E de joelhos
Vou te seguir
Na nossa casa
Serás rainha
Serás cruel, talvez
Vais fazer manha
Me aperrear
E eu, sempre mais feliz
Silentemente
Vou te deitar
Na cama que arrumei
Pisando em plumas
Toda manhã
Eu te despertarei
Quando te der saudade de mim
Quando tua garganta apertar
Basta dar um suspiro
Que eu vou ligeiro
Te consolar
Se o teu vigia se alvoroçar
E, estrada afora, te conduzir
Basta soprar meu nome
Com teu perfume
Pra me atrair
Entre suspiros
Pode outro nome
Dos lábios te escapar
Terei ciúme
Até de mim
No espelho, a te abraçar
Mas teu amante
Sempre serei
Mais do que hoje sou
Ou estas rimas
Não escrevi
Nem ninguém nunca amou
Se as tuas noites não têm mais fim
Se um desalmado te faz chorar
Deixa cair um lenço
Que eu te alcanço
Em qualquer lugar
E quando o nosso tempo passar
Quando eu não estiver mais aqui
Lembra-te, minha nega
Desta cantiga
Que fiz pra ti.
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