Avante, Podemos, Mude, Patriota, Progressistas, Livres. Os eleitores talvez tenham a opção de votar em candidatos desses partidos nas eleições de 2018. Não reconheceu nenhuma deles?
E PT do B, PTN, DEM, PEN, PP e PSL? Os nomes são as novas denominações que esses partidos, nesta ordem, querem adotar para as próximas eleições.
Dos 35 partidos existentes hoje no Brasil, sete já anunciaram a intenção de mudar de nome. Um deles, o Podemos (ex-PTN), já conseguiu efetivar a mudança no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e se relançou em julho.
A mudança de nomes das agremiações não é fenômeno atual. O Partido Progressista, por exemplo, começou em 1966 como Arena, base de apoio aos governos militares. Em 1980, virou PDS. Em 1993, PPR. Dois anos depois, trocou para PPB. Finalmente, em 2003, virou o PP. Agora, quer se chamar Progressistas.
O caso do PP mostra as duas mudanças fundamentais que marcam essa onda de troca de nomes. Em primeiro lugar, a retirada da palavra "partido". Só o Democratas, antigo PFL, já havia feito isso, em 2007. A outra é a adoção de uma palavra em vez da sigla. A exceção é o PMDB, que quer voltar a ser MDB.
"É uma tendência mundial utilizar nomes, escolher uma palavra, que tenham ligação com a representação ideológica do partido", afirma Fernando Vieira, marqueteiro do Podemos.
Entre os partidos citados por políticos de legendas como inspiração estão o homônimo espanhol Podemos e o En Marche, do presidente francês Emmanuel Macron.
No caso do ex-PTN, Vieira nega que haja inspiração do partido espanhol, bem mais à esquerda que a sigla brasileira. "Até havia resistência a esse nome porque tinham medo dessa associação", diz.
Em 1979 tornou-se obrigatória a presença do "P" no nome das siglas. Foi quando o MDB (Movimento Democrático Brasileiro), sigla de oposição durante a ditadura militar, virou o PMDB.
Com a lei dos partidos políticos, de 1995, a presença deixou de ser compulsória. Apesar disso, as legendas não fizeram movimentos para retirá-la de seus nomes.
O primeiro a fazê-lo foi o então PFL (Partido da Frente Liberal). Segundo o cientista político Antônio Lavareda, um dos idealizadores, a mudança não foi deliberada. "Não havia a intenção de tirar a palavra partido, porque os partidos não estavam tão desgastados como hoje", diz.
A retirada do "partido" do nome das agremiações se dá em um momento de deterioração da popularidade da classe política: em dezembro, 58% dos brasileiros afirmaram ao Datafolha acharem o desempenho dos congressistas ruim ou péssimo.
"Existe uma onda muito forte de antipolítica", afirma o deputado Silvio Costa (PT do B-PE), cujo partido quer se tornar Avante. "O fato de tirar o nome partido é para tentar reconstruir o diálogo com a sociedade", diz.
Segundo Lavareda, as mudanças de hoje também estão relacionadas à necessidade dos partidos de aumentarem o número de deputados federais para terem maior acesso ao fundo partidário e aos tempos de rádio e televisão.
"O mais importante para um partido hoje é a bancada federal", afirma ele. "Então praticamente tudo vale a pena para aumentá-la."
No caso do Democratas, por exemplo, o desejo de mudar de nome veio justamente no momento em que o partido busca atrair para si a ala governista do PSB. Vieira diz que o Podemos também viu um aumento de sua bancada depois da repaginação.
O professor de marketing político da ESPM Emmanuel Dias, porém, afirma que as mudanças não devem ter efeitos práticos em termos eleitorais. "É impossível você mudar a percepção apenas pelo nome, que é uma das etapas finais do 'rebranding' no marketing", diz ele. "É um grande erro que está sendo feito."
Do outro lado, alguns partidos rebatem. "Não é apenas uma mudança de nome, é uma refundação do partido", diz Vieira. O Podemos lançou novo estatuto em julho. PSL e Democratas afirmam que também reverão suas bases ideológicas antes de mudar a nomenclatura. "Mas a maioria dos partidos não está entendendo, estão achando que é só fazer uns 'penduricalhos'", diz Silvio Costa.
E PT do B, PTN, DEM, PEN, PP e PSL? Os nomes são as novas denominações que esses partidos, nesta ordem, querem adotar para as próximas eleições.
Dos 35 partidos existentes hoje no Brasil, sete já anunciaram a intenção de mudar de nome. Um deles, o Podemos (ex-PTN), já conseguiu efetivar a mudança no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e se relançou em julho.
A mudança de nomes das agremiações não é fenômeno atual. O Partido Progressista, por exemplo, começou em 1966 como Arena, base de apoio aos governos militares. Em 1980, virou PDS. Em 1993, PPR. Dois anos depois, trocou para PPB. Finalmente, em 2003, virou o PP. Agora, quer se chamar Progressistas.
O caso do PP mostra as duas mudanças fundamentais que marcam essa onda de troca de nomes. Em primeiro lugar, a retirada da palavra "partido". Só o Democratas, antigo PFL, já havia feito isso, em 2007. A outra é a adoção de uma palavra em vez da sigla. A exceção é o PMDB, que quer voltar a ser MDB.
"É uma tendência mundial utilizar nomes, escolher uma palavra, que tenham ligação com a representação ideológica do partido", afirma Fernando Vieira, marqueteiro do Podemos.
Entre os partidos citados por políticos de legendas como inspiração estão o homônimo espanhol Podemos e o En Marche, do presidente francês Emmanuel Macron.
No caso do ex-PTN, Vieira nega que haja inspiração do partido espanhol, bem mais à esquerda que a sigla brasileira. "Até havia resistência a esse nome porque tinham medo dessa associação", diz.
Em 1979 tornou-se obrigatória a presença do "P" no nome das siglas. Foi quando o MDB (Movimento Democrático Brasileiro), sigla de oposição durante a ditadura militar, virou o PMDB.
Com a lei dos partidos políticos, de 1995, a presença deixou de ser compulsória. Apesar disso, as legendas não fizeram movimentos para retirá-la de seus nomes.
O primeiro a fazê-lo foi o então PFL (Partido da Frente Liberal). Segundo o cientista político Antônio Lavareda, um dos idealizadores, a mudança não foi deliberada. "Não havia a intenção de tirar a palavra partido, porque os partidos não estavam tão desgastados como hoje", diz.
A retirada do "partido" do nome das agremiações se dá em um momento de deterioração da popularidade da classe política: em dezembro, 58% dos brasileiros afirmaram ao Datafolha acharem o desempenho dos congressistas ruim ou péssimo.
"Existe uma onda muito forte de antipolítica", afirma o deputado Silvio Costa (PT do B-PE), cujo partido quer se tornar Avante. "O fato de tirar o nome partido é para tentar reconstruir o diálogo com a sociedade", diz.
Segundo Lavareda, as mudanças de hoje também estão relacionadas à necessidade dos partidos de aumentarem o número de deputados federais para terem maior acesso ao fundo partidário e aos tempos de rádio e televisão.
"O mais importante para um partido hoje é a bancada federal", afirma ele. "Então praticamente tudo vale a pena para aumentá-la."
No caso do Democratas, por exemplo, o desejo de mudar de nome veio justamente no momento em que o partido busca atrair para si a ala governista do PSB. Vieira diz que o Podemos também viu um aumento de sua bancada depois da repaginação.
O professor de marketing político da ESPM Emmanuel Dias, porém, afirma que as mudanças não devem ter efeitos práticos em termos eleitorais. "É impossível você mudar a percepção apenas pelo nome, que é uma das etapas finais do 'rebranding' no marketing", diz ele. "É um grande erro que está sendo feito."
Do outro lado, alguns partidos rebatem. "Não é apenas uma mudança de nome, é uma refundação do partido", diz Vieira. O Podemos lançou novo estatuto em julho. PSL e Democratas afirmam que também reverão suas bases ideológicas antes de mudar a nomenclatura. "Mas a maioria dos partidos não está entendendo, estão achando que é só fazer uns 'penduricalhos'", diz Silvio Costa.
O Brasil não tem partidos. Tem quadrilhas.
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