Foram 11.736 casos em 2015. Cinco anos antes, ainda eram 10.490. As razões do aumento pedem investigação, mas não há que esperar por estudos acadêmicos para fazer o que mais importa: prevenção.
Não se descarta que parte do aumento se deva a um incremento na notificação. O tabu social ainda leva alguns profissionais de saúde e familiares a evitar que esse ato de desespero extremo figure como causa oficial da morte.
Entretanto o tratamento mais aberto do tema nos últimos tempos parece contribuir para que se conheça melhor sua real dimensão.
O maior contingente de suicidas é de homens (79%). Entre jovens de 15 a 29 anos de idade, aparece como a quarta principal causa de morte, mas a maior taxa se registra entre idosos -8,9 mortes por 100 mil pessoas com mais de 70 anos, contra 6,8 por 100 mil entre os que têm de 20 a 29 anos.
A região Sul, com meros 14% da população, representa 23% dos episódios. Dos 4 municípios nacionais com maior incidência, 3 ficam no Rio Grande do Sul.
Há informação suficiente sobre os grupos de maior risco. Não faltam estudos, ademais, a afirmar que 9 entre 10 casos podem ser evitados. E o maior fator preditivo para um suicídio consumado é a realização de tentativas anteriores.
O sistema público já conta com um modelo consagrado para o trabalho de prevenção. Segundo estimativa do Ministério da Saúde, a presença no município de um Centro de Atenção Psicossocial –locais para atendimento especializado e assistência social, mais conhecidos pela sigla Caps– diminui em 14% o risco de suicídio.
Existem hoje no Brasil 2.463 desses estabelecimentos, mas são 5.570 os municípios. Além disso, metrópoles como São Paulo ou Rio de Janeiro abrigam vários Caps.
Para alcançar a meta de reduzir em 10% a mortalidade por suicídio até 2020, há que capilarizar ainda mais esse serviço, que de resto atende pessoas com todo tipo de problemas mentais e psicológicos.
Seria desejável que o ministério apresentasse um cronograma para a expansão da rede. Suicídio não tem cura, mas pode ser prevenido.
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