Por Eliane Cantanhêde - Estadão
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não foi preciso nem justo ao jogar suspeitas sobre ministros do Supremo na segunda-feira, 4, a 13 dias de deixar o cargo. As quatro horas de conversas entre Joesley Batista e seu fiel escudeiro Ricardo Saud contêm apenas uma revelação realmente “gravíssima”: o papel duplo do ainda procurador Marcelo Miller, que era, simultaneamente, parte da equipe de Janot e do time de Joesley.
Durante 24 horas, o Brasil escandalizou-se ao saber que havia citações aos ministros Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes. Mas, ao ouvir os áudios, o que se descobre? Que as falas são grosseiras e criminosas, um horror na forma e no conteúdo, mas nada que possa ser considerado desabonador aos três ministros. Aliás, o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo foi tratado de forma indigna, mas não flagrado em atos indignos ou “gravíssimos”.
Diante da irritação geral no STF, Cármen Lúcia, que o preside, gravou pronunciamento não só em defesa da instituição, dos colegas e dela própria, mas também de ataque – elegante, mas ataque – a Janot. Ao lembrar que ele havia incluído os ministros ao falar do “conteúdo gravíssimo”, a ministra cobrou duramente: “Agride-se de maneira inédita na história deste país a dignidade institucional deste Supremo Tribunal e a honorabilidade de seus integrantes”. Nos bastidores do Supremo, concluiu-se que Janot não quis “afundar sozinho”, ao descobrir o quanto ele e a PGR haviam sido manipulados por Joesley e Saud. Atingido em cheio pela confirmação de que Miller era mais uma marionete da JBS, principalmente contra o presidente Michel Temer, decidiu repartir as culpas e arrastar o Supremo junto. Havia uma guerra entre Janot e Gilmar, agora há uma guerra entre a PGR de Janot e o STF. Só com a posse de Raquel Dodge, no dia 17, virá a paz.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não foi preciso nem justo ao jogar suspeitas sobre ministros do Supremo na segunda-feira, 4, a 13 dias de deixar o cargo. As quatro horas de conversas entre Joesley Batista e seu fiel escudeiro Ricardo Saud contêm apenas uma revelação realmente “gravíssima”: o papel duplo do ainda procurador Marcelo Miller, que era, simultaneamente, parte da equipe de Janot e do time de Joesley.
Durante 24 horas, o Brasil escandalizou-se ao saber que havia citações aos ministros Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes. Mas, ao ouvir os áudios, o que se descobre? Que as falas são grosseiras e criminosas, um horror na forma e no conteúdo, mas nada que possa ser considerado desabonador aos três ministros. Aliás, o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo foi tratado de forma indigna, mas não flagrado em atos indignos ou “gravíssimos”.
Diante da irritação geral no STF, Cármen Lúcia, que o preside, gravou pronunciamento não só em defesa da instituição, dos colegas e dela própria, mas também de ataque – elegante, mas ataque – a Janot. Ao lembrar que ele havia incluído os ministros ao falar do “conteúdo gravíssimo”, a ministra cobrou duramente: “Agride-se de maneira inédita na história deste país a dignidade institucional deste Supremo Tribunal e a honorabilidade de seus integrantes”. Nos bastidores do Supremo, concluiu-se que Janot não quis “afundar sozinho”, ao descobrir o quanto ele e a PGR haviam sido manipulados por Joesley e Saud. Atingido em cheio pela confirmação de que Miller era mais uma marionete da JBS, principalmente contra o presidente Michel Temer, decidiu repartir as culpas e arrastar o Supremo junto. Havia uma guerra entre Janot e Gilmar, agora há uma guerra entre a PGR de Janot e o STF. Só com a posse de Raquel Dodge, no dia 17, virá a paz.
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