Atendendo ao pedido de um santareno que mora em São Paulo, volto a publicar este texto que escrevi sobre a Santarém de outrora - mais fraterna, com menos violência e o seu povo feliz.
É uma pena! A praga das drogas, hoje, atinge pessoas de todas as idades,
de ambos os sexos e de todas as camadas sociais, com predominância no
meio da juventude, nas escolas, nas universidades, nas baladas, enfim,
em toda parte. Mas, não era assim... Prova disso é que a molecada, a
rapaziada, os adultos do meu tempo, em Santarém, não davam valor, não
eram usuários e até desconheciam os tipos de drogas e seus efeitos
maléficos.
A garotada gostava mesmo era de empinar papagaios, de jogar “peladas” nos quintais, nas praias ou no meio da rua, disputar jogos de botão, de peteca, e fazer rodar piões. Os mais “taludos” curtiam festinhas, Cinema Olímpia, namoricos sem muita liberdade de sair sozinhos com os “brotinhos”.
A garotada gostava mesmo era de empinar papagaios, de jogar “peladas” nos quintais, nas praias ou no meio da rua, disputar jogos de botão, de peteca, e fazer rodar piões. Os mais “taludos” curtiam festinhas, Cinema Olímpia, namoricos sem muita liberdade de sair sozinhos com os “brotinhos”.
Os adultos adoravam uma serenata, cuba-libre, assistir ao Rai x Fran no
Estádio Municipal, dançar no Centro Recreativo, Santarém Clube,
Veterano, Flamengo e outros clubes e curtir as noitadas na Fuluca, no
Vai-Quem-Quer, na Sombra da Lua e no Trem, na companhia das
disputadíssimas raparigas disponíveis nessas boates e que depois de
conquistadas eram levadas para a casa da Maria Moraes (o motel da época)
para “fazer amor”. Tudo numa boa, sem drogas e sem risco de AIDS. Tempo
bom!
E como era o tal motel? Era uma casa de madeira, coberta de palha, com três quartinhos que eram utilizados por pessoas de todas as camadas sociais, mediante pagamento antecipado de um valor cobrado pessoalmente pela dona da casa a cada uma hora de permanência dos casais. Não havia privilégios do tipo fura-fila, todos tinham que obedecer rigorosamente a ordem de chegada para adentrar ao recinto, modesto, mas muito aconchegante, principalmente nas noites chuvosas. Em cada um dos quartos tinha: uma cama de casal, um travesseiro, uma mesinha, um balde com água, uma bacia, uma toalhinha e um penico.
E como era o tal motel? Era uma casa de madeira, coberta de palha, com três quartinhos que eram utilizados por pessoas de todas as camadas sociais, mediante pagamento antecipado de um valor cobrado pessoalmente pela dona da casa a cada uma hora de permanência dos casais. Não havia privilégios do tipo fura-fila, todos tinham que obedecer rigorosamente a ordem de chegada para adentrar ao recinto, modesto, mas muito aconchegante, principalmente nas noites chuvosas. Em cada um dos quartos tinha: uma cama de casal, um travesseiro, uma mesinha, um balde com água, uma bacia, uma toalhinha e um penico.
A iluminação era feita por um candeeiro, uma vela ou petromax.
Completado o tempo, ouvia-se uma forte batida na porta e a voz da “Dona”
Maria, avisando: “Se avexem, não demorem, saiam logo, tem gente pra
entrar!” Bebida, nem pensar... Um detalhe: caso a acompanhante do
cliente fizesse algum barulho na hora do chamegamento, a proprietária
advertia, ralhava em voz alta: “Credo! Pára com isso, menina. Se tú não
aguenta, não te mete com homem. Pára logo com esses gritinhos, com esses
gemidos. Este lugar é de respeito!” (o ambiente exige respeito, já
dizia Billy Blanco em seu Estatuto da Gafieira) – Outra coisa: a “Dona”
Maria guardava absoluto sigilo, não revelava de jeito nenhum e a
ninguém, o nome de qualquer frequentador(a) de sua casa. Levava a sério o
ditado: “O segredo é a alma do negócio!”
Dona Maria exigia respeito
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