“É mais importante que o Natal”, garantiu a cantora à repórter Paula Reverbel. “As pessoas pintam a casa, mudam a mobília e se juntam desde o café da manhã na expectativa da passagem de Nossa Senhora.” Fafá pretende, com a iniciativa, ser uma espécie de embaixadora da cultura paraense no resto do País.
Ao comentar seu outro título informal – o de “Musa das Diretas Já” – Fafá disse que o Brasil ‘ainda engatinha” no exercício da democracia e que o aprendizado não é rápido. “Depois de 35 anos de Estado democrático, a gente está dando a descarga”, afirmou, irreverente, sobre a situação política do País. A artista também criticou os pedidos recentes por eleições diretas, lamentou a situação do Rio e defendeu a preservação da Amazônia como um tema que tem o poder de aglutinar as diversas ideologias correntes. A seguir, os principais trechos da entrevista.
Ao comentar seu outro título informal – o de “Musa das Diretas Já” – Fafá disse que o Brasil ‘ainda engatinha” no exercício da democracia e que o aprendizado não é rápido. “Depois de 35 anos de Estado democrático, a gente está dando a descarga”, afirmou, irreverente, sobre a situação política do País. A artista também criticou os pedidos recentes por eleições diretas, lamentou a situação do Rio e defendeu a preservação da Amazônia como um tema que tem o poder de aglutinar as diversas ideologias correntes. A seguir, os principais trechos da entrevista.
Por que fazer um projeto relacionado ao Círio de Nazaré?
O Círio de Nazaré é tão grandioso, são dois milhões de pessoas, quase três milhões, que eu acho que o olhar que se tem de dentro do Pará é que todo mundo sabe o tamanho do Círio. E a minha perplexidade foi saber – já morando aqui, já cantora, já circulando – que as pessoas não sabiam o que era. Acho que falta um cuidado e um olhar mais delicado sobre essa procissão. O sábado e o domingo, somados, são muito mais que três vezes todo o carnaval da Bahia. E eu comecei a pensar no que seria fazer alguma coisa que pudesse ajudar pessoas de diferentes olhares, de olhar “estrangeiro”, a entender esse Pará, reconhecer essa gastronomia, olhar coisas como a decoração ou a arquitetura. E por um tempo maior do que os dois dias ou a semana do Círio.
O Círio de Nazaré é tão grandioso, são dois milhões de pessoas, quase três milhões, que eu acho que o olhar que se tem de dentro do Pará é que todo mundo sabe o tamanho do Círio. E a minha perplexidade foi saber – já morando aqui, já cantora, já circulando – que as pessoas não sabiam o que era. Acho que falta um cuidado e um olhar mais delicado sobre essa procissão. O sábado e o domingo, somados, são muito mais que três vezes todo o carnaval da Bahia. E eu comecei a pensar no que seria fazer alguma coisa que pudesse ajudar pessoas de diferentes olhares, de olhar “estrangeiro”, a entender esse Pará, reconhecer essa gastronomia, olhar coisas como a decoração ou a arquitetura. E por um tempo maior do que os dois dias ou a semana do Círio.
Então o projeto é para que você seja uma espécie de embaixadora da procissão?
Exatamente. Não só da procissão, mas do “paraensismo”. Porque a procissão é uma procissão de fé, independente da religião. Claro que a religião católica é a que está à frente, por causa de NS de Nazaré, mas todos vão ao Círio. É mais importante que o Natal, é o grande encontro da família. As pessoas pintam a casa, trocam a roupa, mudam a mobília e se juntam desde o café da manhã na expectativa da passagem de Nossa Senhora. A cidade toda já tem Nossa Senhora de tudo que é jeito: de balão, riscada, imagens, berlindas. Ela é tão próxima da gente que ninguém chama de “Nossa Senhora de Nazaré”. Ela é a confidente, é a mãe, a mãezinha, é amiga. Para ela se dizem coisas que não se diz a ninguém. Então ela é “Naza”, “Nazinha”, “Nazica”, “Nazarezinha”. É nossa mãe, mãezinha, colega, entendeu?
Exatamente. Não só da procissão, mas do “paraensismo”. Porque a procissão é uma procissão de fé, independente da religião. Claro que a religião católica é a que está à frente, por causa de NS de Nazaré, mas todos vão ao Círio. É mais importante que o Natal, é o grande encontro da família. As pessoas pintam a casa, trocam a roupa, mudam a mobília e se juntam desde o café da manhã na expectativa da passagem de Nossa Senhora. A cidade toda já tem Nossa Senhora de tudo que é jeito: de balão, riscada, imagens, berlindas. Ela é tão próxima da gente que ninguém chama de “Nossa Senhora de Nazaré”. Ela é a confidente, é a mãe, a mãezinha, é amiga. Para ela se dizem coisas que não se diz a ninguém. Então ela é “Naza”, “Nazinha”, “Nazica”, “Nazarezinha”. É nossa mãe, mãezinha, colega, entendeu?
Onde mais tem o Círio?
Agora o Rio de Janeiro tem uma comunidade paraense grande e tem Círios fortes: tem um na Tijuca já há muitos anos. E Dom Orani (Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro), que já foi arcebispo de Belém, promove um Círio no Leme e em Copacabana e outro em Acari, onde tem uma comunidade paraense. Eu há três anos faço o Círio de São Paulo, aqui em Osasco.
Agora o Rio de Janeiro tem uma comunidade paraense grande e tem Círios fortes: tem um na Tijuca já há muitos anos. E Dom Orani (Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro), que já foi arcebispo de Belém, promove um Círio no Leme e em Copacabana e outro em Acari, onde tem uma comunidade paraense. Eu há três anos faço o Círio de São Paulo, aqui em Osasco.
E o que você faz em Belém?
Durante três anos eu procurei parceria, até que encontrei o Maurício Magalhães, que fez o primeiro camarote de carnaval, quando o conceito era esse também, trazer olhares diferenciados e que tivessem uma condição de conforto para assistir.
Durante três anos eu procurei parceria, até que encontrei o Maurício Magalhães, que fez o primeiro camarote de carnaval, quando o conceito era esse também, trazer olhares diferenciados e que tivessem uma condição de conforto para assistir.
Quem você chama?
As pessoas que eu levo como convidadas – artistas, cantores e tal –, quando o povo passa embaixo ele se sente feliz e orgulhoso por aquela pessoa estar vindo ver a nossa fé. Tem coisas assim, a Marília Gabriela foi assistir e o povo começou a olhar para ela e apontar, e ela disse: “Fafá, o que está acontecendo?” E eu disse: “Estão falando seu nome.” E ela: “É impossível, eles estão rezando.” E eu disse: “Não, faz um aceno para eles.” E ela: “Mas eu não posso, isso é a corda.” E eu disse: “Faz um aceno para eles, Gabi.” Aí ela fez e a corda respondeu: “De frente com Gabi! De frente com Gabi!” Então tem uma felicidade, uma alegria em estar naquele momento.
As pessoas que eu levo como convidadas – artistas, cantores e tal –, quando o povo passa embaixo ele se sente feliz e orgulhoso por aquela pessoa estar vindo ver a nossa fé. Tem coisas assim, a Marília Gabriela foi assistir e o povo começou a olhar para ela e apontar, e ela disse: “Fafá, o que está acontecendo?” E eu disse: “Estão falando seu nome.” E ela: “É impossível, eles estão rezando.” E eu disse: “Não, faz um aceno para eles.” E ela: “Mas eu não posso, isso é a corda.” E eu disse: “Faz um aceno para eles, Gabi.” Aí ela fez e a corda respondeu: “De frente com Gabi! De frente com Gabi!” Então tem uma felicidade, uma alegria em estar naquele momento.
Como são as festas no Círio?
Entre a procissão noturna e a diurna acontece a Festa da Chiquita, que é o maior baile LGBT – e que acontece no meio da procissão. A procissão noturna passa, a imagem da Nossa Senhora para diante do palco da Festa da Chiquita, com todos já montados de transformistas, de drags e tal, e de mãos dadas rezam uma Ave Maria e a procissão anda. Quando acaba a procissão, começa a festa. Às quatro da manhã toca um apito porque elas vão para casa acompanhar a procissão. Então tem a entrega do “Veado de Ouro”, e esse ano o Veado de Ouro vai ser de Glória Peres (risos). E tudo tem uma alegria. A fé não é exclusiva, é inclusiva. Debaixo do manto de Nossa Senhora cabem todos.
Entre a procissão noturna e a diurna acontece a Festa da Chiquita, que é o maior baile LGBT – e que acontece no meio da procissão. A procissão noturna passa, a imagem da Nossa Senhora para diante do palco da Festa da Chiquita, com todos já montados de transformistas, de drags e tal, e de mãos dadas rezam uma Ave Maria e a procissão anda. Quando acaba a procissão, começa a festa. Às quatro da manhã toca um apito porque elas vão para casa acompanhar a procissão. Então tem a entrega do “Veado de Ouro”, e esse ano o Veado de Ouro vai ser de Glória Peres (risos). E tudo tem uma alegria. A fé não é exclusiva, é inclusiva. Debaixo do manto de Nossa Senhora cabem todos.
Aproveitando a deixa, como você vê a polêmica da terapias de reversão sexual, da cura gay?
Eu acho que eles, as pessoas a favor da cura gay, deveriam ir ao Círio de Nazaré. Falta a eles amor por si próprio, perdão para si próprio, capacidade de olhar para o outro e, fundamentalmente, espírito de liberdade para viver. Quem precisa ser curado são eles. E quem acha que alguém tem que ser curado é porque o incomoda. Eles deveriam ir ao Círio de Nazaré e entender o que é amor, o que é liberdade, o que é afeto, o que é abraço e o que é que cura, que é a fé.
Eu acho que eles, as pessoas a favor da cura gay, deveriam ir ao Círio de Nazaré. Falta a eles amor por si próprio, perdão para si próprio, capacidade de olhar para o outro e, fundamentalmente, espírito de liberdade para viver. Quem precisa ser curado são eles. E quem acha que alguém tem que ser curado é porque o incomoda. Eles deveriam ir ao Círio de Nazaré e entender o que é amor, o que é liberdade, o que é afeto, o que é abraço e o que é que cura, que é a fé.
Já que você foi ativista na época das Diretas Já, o que acha do atual cenário político do País?
Bom, eu participei ativamente das diretas, e todos nós estávamos em torno de uma causa. Centro-direita, centro-esquerda, esquerda, quem quisesse um Estado democrático. Já àquela altura a classe política era muito desacreditada, então os intelectuais, artistas, cantores – as pessoas que falavam com o povo sem interesse de ser governante – fizeram a ponte com a política. Bom, aquilo foi um grande mutirão. Mesmo não aprovando as diretas, elegemos o primeiro presidente civil depois de quase quarenta anos de ditadura e aí começa o exercício da democracia, que não é rápido. É como uma criança que aprende a andar e engatinha, toma tombo, cai de cara. Eu acho que ainda estamos tomando muito tombo. A gente está aprendendo a dar a descarga. Essa é a grande evolução.
Bom, eu participei ativamente das diretas, e todos nós estávamos em torno de uma causa. Centro-direita, centro-esquerda, esquerda, quem quisesse um Estado democrático. Já àquela altura a classe política era muito desacreditada, então os intelectuais, artistas, cantores – as pessoas que falavam com o povo sem interesse de ser governante – fizeram a ponte com a política. Bom, aquilo foi um grande mutirão. Mesmo não aprovando as diretas, elegemos o primeiro presidente civil depois de quase quarenta anos de ditadura e aí começa o exercício da democracia, que não é rápido. É como uma criança que aprende a andar e engatinha, toma tombo, cai de cara. Eu acho que ainda estamos tomando muito tombo. A gente está aprendendo a dar a descarga. Essa é a grande evolução.
É dessa forma que explica o cenário atual?
Depois de 35 anos de Estado democrático, a gente está dando a descarga. É muito grosseiro e chulo, mas é a única forma como eu consigo olhar o que está acontecendo no País. Nunca imaginei ver tanques nas ruas do Rio de Janeiro. Ver na televisão corpos sendo empilhados. Uma semana para se tomar uma decisão sobre o que fazer para a população da Rocinha, de proteger quem não tinha nada a ver com a guerra do tráfico. O narcotráfico se organizou e o Estado não. O Estado foi conivente, fez parcerias, propôs acordos, virou as costas conquanto não incomodassem na Olimpíada, não incomodassem na Eco-92. Cheguei no Rio de Janeiro e a cidade estava sitiada. Ou seja, a contravenção está organizada e o Estado com as calças no joelho. O menino que entrega um papelote vai preso. Quando a mãe de um garoto desses é levada a entregar um papelote, apodrece na cadeia. E a mulher do Sérgio Cabral sai porque tem filhos adolescentes. Que País é esse?
Depois de 35 anos de Estado democrático, a gente está dando a descarga. É muito grosseiro e chulo, mas é a única forma como eu consigo olhar o que está acontecendo no País. Nunca imaginei ver tanques nas ruas do Rio de Janeiro. Ver na televisão corpos sendo empilhados. Uma semana para se tomar uma decisão sobre o que fazer para a população da Rocinha, de proteger quem não tinha nada a ver com a guerra do tráfico. O narcotráfico se organizou e o Estado não. O Estado foi conivente, fez parcerias, propôs acordos, virou as costas conquanto não incomodassem na Olimpíada, não incomodassem na Eco-92. Cheguei no Rio de Janeiro e a cidade estava sitiada. Ou seja, a contravenção está organizada e o Estado com as calças no joelho. O menino que entrega um papelote vai preso. Quando a mãe de um garoto desses é levada a entregar um papelote, apodrece na cadeia. E a mulher do Sérgio Cabral sai porque tem filhos adolescentes. Que País é esse?
E o que achou dos pedidos mais recentes por diretas?
Eu faço parte de vários grupos onde me colocam (no WhatsApp) e eu vejo coisas inacreditáveis. Um discurso sem base nenhuma que pede eleições diretas a um ano de uma próxima eleição, o que paralisaria o País. Não poderia ser eleição direta (se Temer caísse agora), teria que ser indireta. Quer dizer, a pessoa (que sugeriu) nem leu, nem sabe o que acontece. Não sabe se vai ser o Rodrigo Maia ou o Eunício de Oliveira (que assumiria após uma eventual saída de Temer). E aí depois vão fazer uma eleição indireta… Ou seja, eu vejo tanta bobagem sendo falada, tanta coisa, tanto post de internet para ganhar mais view, sem um projeto político.
Eu faço parte de vários grupos onde me colocam (no WhatsApp) e eu vejo coisas inacreditáveis. Um discurso sem base nenhuma que pede eleições diretas a um ano de uma próxima eleição, o que paralisaria o País. Não poderia ser eleição direta (se Temer caísse agora), teria que ser indireta. Quer dizer, a pessoa (que sugeriu) nem leu, nem sabe o que acontece. Não sabe se vai ser o Rodrigo Maia ou o Eunício de Oliveira (que assumiria após uma eventual saída de Temer). E aí depois vão fazer uma eleição indireta… Ou seja, eu vejo tanta bobagem sendo falada, tanta coisa, tanto post de internet para ganhar mais view, sem um projeto político.
Qual o projeto político que mais lhe interessa hoje?
Eu acho que o único tema que surgiu agora e que pode reaglutinar este País de uma forma maior e através da discussão, de tomar consciência real do grave problema que nós passamos e que estamos vivendo é o tema Amazônia. Ainda está superficial, mas pode unir todo o Brasil – começa na Amazônia mas vai para o Pantanal, para os pampas, vai para a preservação do que nós temos. Nós vivemos na Amazônia, no maior continente hídrico do mundo, o maior do planeta! E o caboclo não pode beber água do rio que passa na frente dele porque é o mercúrio do minério, é a contaminação da água pelas embarcações que jogam os dejetos ali quando passam.
Eu acho que o único tema que surgiu agora e que pode reaglutinar este País de uma forma maior e através da discussão, de tomar consciência real do grave problema que nós passamos e que estamos vivendo é o tema Amazônia. Ainda está superficial, mas pode unir todo o Brasil – começa na Amazônia mas vai para o Pantanal, para os pampas, vai para a preservação do que nós temos. Nós vivemos na Amazônia, no maior continente hídrico do mundo, o maior do planeta! E o caboclo não pode beber água do rio que passa na frente dele porque é o mercúrio do minério, é a contaminação da água pelas embarcações que jogam os dejetos ali quando passam.
Acha que o tema da Amazônia pode aglutinar assim como a causa das Diretas Já?
Exatamente, que aí você junta pessoas de vários partidos, de vários olhares, em prol de uma coisa positiva para o Brasil. Eu acho que cada um pode continuar com o seu partido que seja, enfim, mas o Brasil nesse momento tem que parar e refletir sobre o que está acontecendo conosco. E a Amazônia é um símbolo fabuloso.
Exatamente, que aí você junta pessoas de vários partidos, de vários olhares, em prol de uma coisa positiva para o Brasil. Eu acho que cada um pode continuar com o seu partido que seja, enfim, mas o Brasil nesse momento tem que parar e refletir sobre o que está acontecendo conosco. E a Amazônia é um símbolo fabuloso.
Tem também uma pauta de interesse específico da população do Pará?
Sim, há outro problema gravíssimo em relação, por exemplo, ao Estado do Pará – que é a tal da Lei Kandir (que regula o imposto cobrado na circulação de mercadorias entre os Estados) que o (ex-deputado) Antonio Kandir fez. O que acontece? O minério é retirado, o buraco é feito, o buraco é deixado. O minério é escoado pelo porto do Maranhão, que é quem recebe os impostos, e nós ficamos com o buraco e com a desgraça social. Então a tal da Lei Kandir não nos deixa nada para recuperar aquele buraco. Não nos deixa um tostão do minério nosso, que foi tirado. O minério tem que ser usado? Tem que ser usado, mas de uma forma racional, de uma forma que preserve o entorno.
Sim, há outro problema gravíssimo em relação, por exemplo, ao Estado do Pará – que é a tal da Lei Kandir (que regula o imposto cobrado na circulação de mercadorias entre os Estados) que o (ex-deputado) Antonio Kandir fez. O que acontece? O minério é retirado, o buraco é feito, o buraco é deixado. O minério é escoado pelo porto do Maranhão, que é quem recebe os impostos, e nós ficamos com o buraco e com a desgraça social. Então a tal da Lei Kandir não nos deixa nada para recuperar aquele buraco. Não nos deixa um tostão do minério nosso, que foi tirado. O minério tem que ser usado? Tem que ser usado, mas de uma forma racional, de uma forma que preserve o entorno.
O que achou da polêmica em torno da Renca?
Quando falo da questão da Amazônia, você vê: tem uma mobilização nacional – de artistas, formadores de opinião de vários segmentos – que pressionou de tal forma que o Temer “caput”. Como é que pode aprovar uma coisa na surdina? Baixar um decreto sem ter ouvido sequer o ministro do Meio Ambiente? Ouviu na porrada porque a grita foi grande. Já basta. Basta Belo Monte. Está lá com três turbinas funcionando, vai acabar com o Xingu. Se Deus quiser, aquela porra quebra toda. Tem 19 hidrelétricas programadas para serem feitas no rio Tapajós! Em um país que tem vento constante! É pra quê? Pra roubar, para superfaturar. Porque com a energia eólica, que é uma energia limpa, eles podem roubar muito menos do que construindo uma hidrelétrica absurda e destruindo povos ribeirinhos.
Quando falo da questão da Amazônia, você vê: tem uma mobilização nacional – de artistas, formadores de opinião de vários segmentos – que pressionou de tal forma que o Temer “caput”. Como é que pode aprovar uma coisa na surdina? Baixar um decreto sem ter ouvido sequer o ministro do Meio Ambiente? Ouviu na porrada porque a grita foi grande. Já basta. Basta Belo Monte. Está lá com três turbinas funcionando, vai acabar com o Xingu. Se Deus quiser, aquela porra quebra toda. Tem 19 hidrelétricas programadas para serem feitas no rio Tapajós! Em um país que tem vento constante! É pra quê? Pra roubar, para superfaturar. Porque com a energia eólica, que é uma energia limpa, eles podem roubar muito menos do que construindo uma hidrelétrica absurda e destruindo povos ribeirinhos.
Como vê o radicalismo e a polarização política atual?
O radicalismo começou há algum tempo, né? Desde que fomos separados em “nós” e “eles”. Ia dar nisso. Não é surpresa que ia dar Lula e Bolsonaro. A luta armada foi cantada em verso e prosa. Uma amiga minha de 20 anos brigou comigo porque eu disse que achei interessante uma conversa entre Fernando Henrique Cardoso e Jô Soares, que não tinha a ver com política. Ela me desacatou no Instagram e não pegou no telefone para me ligar. Passei dias mal. Eu sou de um tempo em que política se fazia com discussão. Em que o Estado democrático era uma conversa dos opostos. Hoje é um ódio correndo as escadas, para defender pessoas e partidos que estão se lixando para nós. Tem o mensalão, o canecão, o garrafão… Eu não sei em quem vou votar.
O radicalismo começou há algum tempo, né? Desde que fomos separados em “nós” e “eles”. Ia dar nisso. Não é surpresa que ia dar Lula e Bolsonaro. A luta armada foi cantada em verso e prosa. Uma amiga minha de 20 anos brigou comigo porque eu disse que achei interessante uma conversa entre Fernando Henrique Cardoso e Jô Soares, que não tinha a ver com política. Ela me desacatou no Instagram e não pegou no telefone para me ligar. Passei dias mal. Eu sou de um tempo em que política se fazia com discussão. Em que o Estado democrático era uma conversa dos opostos. Hoje é um ódio correndo as escadas, para defender pessoas e partidos que estão se lixando para nós. Tem o mensalão, o canecão, o garrafão… Eu não sei em quem vou votar.
No portal ORM
Com o olhar cheio de emoção e risada inconfundível, a cantora Fafá de Belém falou sobre os detalhes e programação da 7ª Varanda de Nazaré. Ela agradeceu o carinho das pessoas com o projeto e disse que faz questão de levar a cultura paraense para todos os lugares do mundo. "Estou muito feliz! Que venham outras varandas com outros olhares. A nossa é festa é gigantesca, com vários sotaques e inclusiva, não exclusiva. A intenção é que mostremos também o que é empreendedorismo, e o que temos de tão valioso. A fé independe da religião," comentou.
Fafá começa a programação na sexta-feira (06), com a apresentação do Coral dos idosos do Pão de Santo Antônio. "Epaminondas Gustavo, o caboclo conhecido no Brasil inteiro, vai estar na abertura junto comigo; assim como Juliana Sinimbú, Lia Sophia, Felipe Cordeiro, entre outros. O Sarau, como é chamado, é um palco aberto, como a Varanda. Quem quiser pode vir, e se quiser pegar o microfone e cantar, fique à vontade", disse.
A Varanda de Nazaré permanece na Estação das Docas e, como as outras edições, receberá empresários, empreendedores e artistas famosos, como os atores Ícaro Silva, Dandara Mariana, Isis Valverde (conforme a disponibilidade das gravações), Maria Fernanda Cândido, Zeca Camargo, e a autora de 'A Força do Querer', Glória Perez. "É a primeira vez que ela vem à Belém. Gloria será agraciada na Festa da Chiquita, com o 'Viado de Ouro', e ficou super contente com a homenagem, agradecendo a lembrança," contou Fafá.
Fafá começa a programação na sexta-feira (06), com a apresentação do Coral dos idosos do Pão de Santo Antônio. "Epaminondas Gustavo, o caboclo conhecido no Brasil inteiro, vai estar na abertura junto comigo; assim como Juliana Sinimbú, Lia Sophia, Felipe Cordeiro, entre outros. O Sarau, como é chamado, é um palco aberto, como a Varanda. Quem quiser pode vir, e se quiser pegar o microfone e cantar, fique à vontade", disse.
A Varanda de Nazaré permanece na Estação das Docas e, como as outras edições, receberá empresários, empreendedores e artistas famosos, como os atores Ícaro Silva, Dandara Mariana, Isis Valverde (conforme a disponibilidade das gravações), Maria Fernanda Cândido, Zeca Camargo, e a autora de 'A Força do Querer', Glória Perez. "É a primeira vez que ela vem à Belém. Gloria será agraciada na Festa da Chiquita, com o 'Viado de Ouro', e ficou super contente com a homenagem, agradecendo a lembrança," contou Fafá.
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