“Eu tenho certeza, senador, de que se fosse aqui Romero Jucá, esse canalha, esse crápula do Brasil, esse ladrão de vidas e almas alheias, o senhor teria sido mais condescendente com ele”, ressaltou a senadora. Durante os pouco mais de dez minutos de fala, Kátia Abreu, entre outras coisas, disse que a cúpula atual do PMDB “tem desfigurado, prejudicado e atingido de morte até aqueles que não se assemelham a eles”.
A parlamentar começou seu discurso se dizendo conhecedora e estudiosa da Bíblia, apesar de nunca ter se utilizado de palavras bíblicas para fazer seus pronunciamentos – conforme ela mesma citou. No entanto, nesta quarta-feira (29), fez questão de usar um trecho antes de falar sobre o PMDB. “Conforme Mateus, o Evangelista, Jesus disse: “Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis ante os porcos as vossas pérolas, para que não as pisem com os pés e, voltando-se, vos dilacerem””, concluiu.
Ela criticou duramente a sigla peemedebista e afirmou que foi “expulsa de uma legenda cuja cúpula não reúne condições morais e virou o escárnio da Nação”. Kátia Abreu também chamou Jucá de “ave de rapina da coisa pública”.
Crítica do “golpe”
Na última quinta-feira (23), o PMDB, partido do presidente Michel Temer, decidiu expulsar a senadora após reunião do conselho de ética do partido, no qual os integrantes do colegiado aprovaram, por unanimidade, parecer pela expulsão da tocantinense e o cancelamento de sua filiação partidária. Antes do PMDB, Kátia esteve nos quadros do PSD e do DEM.
Kátia Abreu, que ocupou o Ministério da Agricultura, entre 2015 e 2016, no governo da petista Dilma Rousseff, votou contra o impeachment de Dilma e se destacou como uma das principais vozes no Congresso contra o que considera “golpe” contra a gestão petista. Desde que a senadora se manifestou contrariamente ao impeachment, no ano passado, o partido vinha se movimenta para retirá-la da sigla. A parlamentar foi uma das defensoras mais enfáticas de Dilma na comissão do impeachment do Senado e vinha fazendo forte oposição às reformas de Temer.
Em setembro, após ter sido afastada temporariamente do partido e já sob ameaça de expulsão, a senadora voltou a atacar a legenda. “Neste exato momento, a preocupação do PMDB deveria ser provar que não é uma organização criminosa, um quadrilhão. Eu estou longe de ser um problema para o PMDB. Sigo minha vida”, afirmou, referindo-se à segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), por organização criminosa e obstrução de Justiça, contra Temer.
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