Por Denis Minev, ex-Secretário de Planejamento do Amazonas
A Amazônia não é um grande espaço vazio de gente e cheio de árvores; aqui habitam mais de 25 milhões de brasileiros cujo atributo principal é a vitalidade, amplamente exposta àqueles que navegam seus rios, percorrem suas estradas ou se embrenham em suas matas. Simultaneamente, conservamos aqui a maior floresta tropical, com mais de 80% de sua cobertura original.
Entretanto, estes dois elementos (sociedade e conservação) vivem um momento de convulsão. Na primeira década do milênio adotamos estratégias precárias que temporariamente funcionaram: combinamos monitoramento e polícia ambiental, leis restritivas do uso do solo, transferências de renda (aposentadoria rural, bolsa família), subsistência rural e êxodo para metrópoles ligado ao emprego, para aplacar as pressões ambientais e sociais.
Essas armas não mais servem. A Amazônia continua imersa na pobreza e contínua degradação. Assim como em todos os locais do mundo que se desenvolveram, a Amazônia só evoluirá baseada no aumento da produtividade dos amazônidas. Como fazê-lo com sustentabilidade?
As premissas do novo modelo são claras. A simplificação de regras para que os pequenos possam ser legais. Por exemplo, o replantio em outro local como compensação deve ser o instrumento simples e eficaz de compensação rápida para licenças.
Como atividades, na Amazônia já desmatada — quase 100 milhões de hectares, o equivalente a quatro vezes o estado de São Paulo — precisamos de produtividade máxima para multiplicar a produção nacional em pecuária, piscicultura, silvicultura, e outras atividades. Na Amazônia florestada, alternativas econômicas também são necessárias, como o manejo florestal sustentável, tanto no quesito ambiental quanto no financeiro). Premissas para essas atividades são transportes, energia e comunicação compatível com o século XXI. Ainda é mais barato enviar um container de Shanghai para São Paulo do que de Manaus para São Paulo. Por quê?
Acima destes itens, o investimento em recursos humanos. Uma parcela ainda ínfima dos PhDs nacionais estão ou serão formados na Amazônia. Pouca ciência é praticada aqui. Nosso espaço imenso apenas poderá ser usado por uma população capacitada e conhecedora.
Para que estes avanços ocorram, é necessário o reconhecimento do que não deu certo. Por que a Amazônia produz tão pouca madeira legal? Por que produz tão poucos peixes? Nossas leis foram criadas para “inglês ver”. Se fossem seguidas, teríamos desmatamento e PIB zero. O que temos é ampla ilegalidade e desmatamento. Apenas como exemplo da extensão das ilegalidades, há municípios sem registro de imóveis, sem CNPJs, sem nenhuma licença ambiental para nada.
Para revê-las, precisamos de uma nova geração de lideranças comprometidas simultaneamente com os objetivos do clima e dos amazônidas. Construir uma economia produtiva, a única saída, passa por um trabalho árduo de gerações comprometidas com educação, empreendedorismo e conservação. Essas gerações brotarão no solo fértil da Amazônia apenas quando o Brasil decidir que a Amazônia é seu verdadeiro espaço de reinvenção.
A Amazônia não é um grande espaço vazio de gente e cheio de árvores; aqui habitam mais de 25 milhões de brasileiros cujo atributo principal é a vitalidade, amplamente exposta àqueles que navegam seus rios, percorrem suas estradas ou se embrenham em suas matas. Simultaneamente, conservamos aqui a maior floresta tropical, com mais de 80% de sua cobertura original.
Entretanto, estes dois elementos (sociedade e conservação) vivem um momento de convulsão. Na primeira década do milênio adotamos estratégias precárias que temporariamente funcionaram: combinamos monitoramento e polícia ambiental, leis restritivas do uso do solo, transferências de renda (aposentadoria rural, bolsa família), subsistência rural e êxodo para metrópoles ligado ao emprego, para aplacar as pressões ambientais e sociais.
Essas armas não mais servem. A Amazônia continua imersa na pobreza e contínua degradação. Assim como em todos os locais do mundo que se desenvolveram, a Amazônia só evoluirá baseada no aumento da produtividade dos amazônidas. Como fazê-lo com sustentabilidade?
As premissas do novo modelo são claras. A simplificação de regras para que os pequenos possam ser legais. Por exemplo, o replantio em outro local como compensação deve ser o instrumento simples e eficaz de compensação rápida para licenças.
Como atividades, na Amazônia já desmatada — quase 100 milhões de hectares, o equivalente a quatro vezes o estado de São Paulo — precisamos de produtividade máxima para multiplicar a produção nacional em pecuária, piscicultura, silvicultura, e outras atividades. Na Amazônia florestada, alternativas econômicas também são necessárias, como o manejo florestal sustentável, tanto no quesito ambiental quanto no financeiro). Premissas para essas atividades são transportes, energia e comunicação compatível com o século XXI. Ainda é mais barato enviar um container de Shanghai para São Paulo do que de Manaus para São Paulo. Por quê?
Acima destes itens, o investimento em recursos humanos. Uma parcela ainda ínfima dos PhDs nacionais estão ou serão formados na Amazônia. Pouca ciência é praticada aqui. Nosso espaço imenso apenas poderá ser usado por uma população capacitada e conhecedora.
Para que estes avanços ocorram, é necessário o reconhecimento do que não deu certo. Por que a Amazônia produz tão pouca madeira legal? Por que produz tão poucos peixes? Nossas leis foram criadas para “inglês ver”. Se fossem seguidas, teríamos desmatamento e PIB zero. O que temos é ampla ilegalidade e desmatamento. Apenas como exemplo da extensão das ilegalidades, há municípios sem registro de imóveis, sem CNPJs, sem nenhuma licença ambiental para nada.
Para revê-las, precisamos de uma nova geração de lideranças comprometidas simultaneamente com os objetivos do clima e dos amazônidas. Construir uma economia produtiva, a única saída, passa por um trabalho árduo de gerações comprometidas com educação, empreendedorismo e conservação. Essas gerações brotarão no solo fértil da Amazônia apenas quando o Brasil decidir que a Amazônia é seu verdadeiro espaço de reinvenção.
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