Estudo do consultor do Senado Pedro Fernando Nery desmonta a tese de que os deputados que votam a favor de reformas da Previdência não conseguem mais se eleger. Ele analisou o que ocorreu na eleição de 1998. Naquele ano, a Câmara votou mudanças nas regras do INSS propostas pelo governo Fernando Henrique Cardoso. O ponto mais sensível foi a criação da idade mínima, rejeitada a cinco meses do primeiro turno por um voto. Dos 466 votantes, 406 disputaram a reeleição. Entre os que votaram a favor da idade mínima, 72% se elegeram, ante 50% dos que foram contra.Tem mais. Se perdeu na idade mínima, o governo FHC conseguiu aprovar parte da reforma que propôs no ano eleitoral de 1998. Foram 345 votos favoráveis, 152 contrários e 3 abstenções. Desses 500 parlamentares, 434 se candidataram.
Placar. Entre os deputados a favor da medida no 1.º turno, 69% se elegeram, taxa superior à dos que votaram contra, de 50%. A votação do 2 turno da reforma aconteceu em novembro, após as eleições.
Causa e efeito. No estudo, o consultor do Senado diz que uma explicação é que os deputados que apoiam o governo, o que inclui votações estratégicas como a reforma, têm mais recursos para suas campanhas.
Carona. A Fundação Ulysses Guimarães, do PMDB, tem compartilhado pelo WhatsApp panfleto com os dados do estudo para convencer os deputados a aprovar a reforma do governo Temer e rebater o discurso da oposição com o mote “votar certo deu certo”.
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