A aldeia PV, na Terra Indígena Munduruku, no Pará, foi dizimada pelo garimpo e não existe mais. O anúncio foi feito pelo Movimento Munduruku Iperegayu em comunicado para autoridades ambientais, Ministério Público Federal (MPF) e para a Fundação Nacional do Índio (Funai).
De acordo com o texto, o garimpo invadiu a terra, matou a floresta e as roças e levou doenças, prostituição, consumo de bebida alcoólica entre os homens e as mulheres e introduziu as drogas entre os adolescentes. A carta é de 17 de janeiro de 2018. A TI Munduruku tem em torno de 130 aldeias e a PV estava localizada no limite da terra e foi ali instalada em meados de 2000 como estratégia de proteção para prevenir invasões.
Naquele momento, o MPF havia colocado fim a um garimpo na área nordeste da TI e negociado o assentamento da maioria dos garimpeiros em projetos de reforma agrária. Recentemente o garimpo voltou e aliciou os indígenas. A extração ilegal é um problema histórico dentro da terra Munduruku.
De acordo com o comunicado, o garimpo é controlado pelos não-indígenas, que pagam os índios para vigiar suas máquinas e inclusive a pista de pouso que existia para que o atendimento à saúde pudesse chegar até a aldeia foi mudada de lugar porque atrapalhava a as atividades dos garimpeiros.
O aliciamento de indígenas dentro de Terras Indígenas para atividades ilegais não é exclusividade dos Munduruku. Outro exemplo, apenas para citar mais um caso da ineficiência dos órgãos públicos na fiscalização dessas áreas, acontece dentro do território dos Paiter Suruí, em Rondônia (RO). Lá, madeireiros ilegais cooptaram índios com pagamento de salários e presentes como motos e roupas, o que dividiu as aldeias entre os que são a favor e os que lutam para manter a floresta em pé, gerando ameaças de morte entre os próprios indígenas e dividindo as famílias. O clima ali é de tensão contínua.
Os Munduruku afirmam ainda que, diante da inoperância dos órgãos que deveriam zelar pelo território, irão por conta própria destruir todas as máquinas do garimpo e prender e expulsar todo pariwat (não-indígenas) de suas terras.
Leia o comunicado do movimento Munduruku Iperegayu na íntegra:
Nós movimento Munduruku Iperegayu comunicamos, com muita dor e vergonha, que a aldeia PV na Terra Indígena Munduruuku não existe mais. O garimpo invadiu tudo corrompeu com doenças nossos parentes e matou a floresta e as roças, trazendo doenças, prostituição, uso de álcool entre os homens e mulheres e drogas entre os mais jovens.
O Garimpo é controlado pelos pariwats que pagam parentes para vigiar suas máquinas. A aldeia PV é hoje o principal ponto de doenças e invasões do nosso território, lá tudo é controlado pelos pariwtas, a pista de pouso que existia para que o atendimento a saúde pudesse chegar até os moradores, foi mudada de lugar, porque atrapalhava o garimpo.Os pariwats estão armados e deram armas para os parentes defenderem eles.
Muitas vezes o ICMBIO, a Funai, o MPF e muitas autoridades foram alertadas sobre esses problemas, mas preferiram ficar nos escritórios ou fazendo reunião. Nada foi feito.
A assembleia do povo munduruku de 2017 decidiu que todos os garimpos deveriam ser fechados. Os caciques do rio das Tropas já não sabem a quem pedir para tirar os garimpeiros.
Nada foi feito e agora os pariwat junto com indígenas gananciosos e doentes querem invadir o rio Kadiridi para abrir novo garimpo.
Por causa desse desespero do nosso povo, nós guerreiros e guerreiras do Movimentos Iperegayu, decidimos:
-Fazer uma fiscalização contra garimpos e outros invasores no rio Kadiridi, rio das Tropas indo do waretodi até o rio Tapajós
-Prender e expulsar todo pariwat da nossa terra
-Destruir todas as máquinas do garimpo no PV
-Denunciar os órgãos responsáveis pela proteção das nossas terras por não fazerem nada.
Jacareacanga, 17 de Janeiro de 2018
De acordo com o texto, o garimpo invadiu a terra, matou a floresta e as roças e levou doenças, prostituição, consumo de bebida alcoólica entre os homens e as mulheres e introduziu as drogas entre os adolescentes. A carta é de 17 de janeiro de 2018. A TI Munduruku tem em torno de 130 aldeias e a PV estava localizada no limite da terra e foi ali instalada em meados de 2000 como estratégia de proteção para prevenir invasões.
Naquele momento, o MPF havia colocado fim a um garimpo na área nordeste da TI e negociado o assentamento da maioria dos garimpeiros em projetos de reforma agrária. Recentemente o garimpo voltou e aliciou os indígenas. A extração ilegal é um problema histórico dentro da terra Munduruku.
De acordo com o comunicado, o garimpo é controlado pelos não-indígenas, que pagam os índios para vigiar suas máquinas e inclusive a pista de pouso que existia para que o atendimento à saúde pudesse chegar até a aldeia foi mudada de lugar porque atrapalhava a as atividades dos garimpeiros.
O aliciamento de indígenas dentro de Terras Indígenas para atividades ilegais não é exclusividade dos Munduruku. Outro exemplo, apenas para citar mais um caso da ineficiência dos órgãos públicos na fiscalização dessas áreas, acontece dentro do território dos Paiter Suruí, em Rondônia (RO). Lá, madeireiros ilegais cooptaram índios com pagamento de salários e presentes como motos e roupas, o que dividiu as aldeias entre os que são a favor e os que lutam para manter a floresta em pé, gerando ameaças de morte entre os próprios indígenas e dividindo as famílias. O clima ali é de tensão contínua.
Os Munduruku afirmam ainda que, diante da inoperância dos órgãos que deveriam zelar pelo território, irão por conta própria destruir todas as máquinas do garimpo e prender e expulsar todo pariwat (não-indígenas) de suas terras.
Leia o comunicado do movimento Munduruku Iperegayu na íntegra:
Nós movimento Munduruku Iperegayu comunicamos, com muita dor e vergonha, que a aldeia PV na Terra Indígena Munduruuku não existe mais. O garimpo invadiu tudo corrompeu com doenças nossos parentes e matou a floresta e as roças, trazendo doenças, prostituição, uso de álcool entre os homens e mulheres e drogas entre os mais jovens.
O Garimpo é controlado pelos pariwats que pagam parentes para vigiar suas máquinas. A aldeia PV é hoje o principal ponto de doenças e invasões do nosso território, lá tudo é controlado pelos pariwtas, a pista de pouso que existia para que o atendimento a saúde pudesse chegar até os moradores, foi mudada de lugar, porque atrapalhava o garimpo.Os pariwats estão armados e deram armas para os parentes defenderem eles.
Muitas vezes o ICMBIO, a Funai, o MPF e muitas autoridades foram alertadas sobre esses problemas, mas preferiram ficar nos escritórios ou fazendo reunião. Nada foi feito.
A assembleia do povo munduruku de 2017 decidiu que todos os garimpos deveriam ser fechados. Os caciques do rio das Tropas já não sabem a quem pedir para tirar os garimpeiros.
Nada foi feito e agora os pariwat junto com indígenas gananciosos e doentes querem invadir o rio Kadiridi para abrir novo garimpo.
Por causa desse desespero do nosso povo, nós guerreiros e guerreiras do Movimentos Iperegayu, decidimos:
-Fazer uma fiscalização contra garimpos e outros invasores no rio Kadiridi, rio das Tropas indo do waretodi até o rio Tapajós
-Prender e expulsar todo pariwat da nossa terra
-Destruir todas as máquinas do garimpo no PV
-Denunciar os órgãos responsáveis pela proteção das nossas terras por não fazerem nada.
Jacareacanga, 17 de Janeiro de 2018
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