A qualidade da formação de médicos no Brasil constitui um desses tópicos em que todos concordam com o diagnóstico, pessimista, mas em que há enorme discordância quanto à conduta a seguir.
Começando pelo consenso: a qualidade é muito baixa. Sintoma indiscutível disso se evidencia a cada ano com o exame realizado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), em que mais da metade dos prestantes acaba reprovada.
A prova tem 120 questões, e se espera que o formando acerte 72, um critério longe do draconiano. A reprovação, contudo, não impede a emissão do diploma.
Sim, no Estado mais rico e com o ensino de medicina mais desenvolvido, mais de 50% dos recém-formados vão exercer seu ofício –cuidar da saúde das pessoas– com deficiências graves em 40% do conhecimento que deveriam deter.
Entidades profissionais do setor atribuem a moléstia à proliferação de escolas na última década. Argumentam que já existem médicos suficientes no país, 444 mil, e um excesso de faculdades (298).
Obtiveram do governo Michel Temer (MDB) o compromisso de declarar moratória de cinco anos na abertura de vagas, o que o Planalto ainda não oficializou.
É duvidosa a noção de que haja profissionais em número bastante. São 2,1 por grupo de mil habitantes, cifra que parece alta à luz dos 2,5 encontrados nos EUA, mas que empalidece diante da média de 3,2 na OCDE e dos 4 em Portugal.
O problema maior está na distribuição: 55% deles atuam nas capitais. Padece, assim, a população de cidades menores e Estados mais atrasados.
Proibir a abertura de escolas não é solução para isso. Nem para a baixa qualidade dos cursos.
O problema da concentração nas grandes cidades se resolveria com incentivos adequados para formar e fixar jovens médicos nas regiões carentes, oferecendo-lhes aí boas perspectivas de carreira.
Já o quesito das deficiências na formação pode resolver-se mais facilmente, sem intervenções sobre o funcionamento do mercado: basta tornar o exame de proficiência obrigatório para emissão do diploma. Os alunos e seus pais saberão evitar o investimento de seis anos de estudos em escolas com baixos índices de aprovação.
Começando pelo consenso: a qualidade é muito baixa. Sintoma indiscutível disso se evidencia a cada ano com o exame realizado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), em que mais da metade dos prestantes acaba reprovada.
A prova tem 120 questões, e se espera que o formando acerte 72, um critério longe do draconiano. A reprovação, contudo, não impede a emissão do diploma.
Sim, no Estado mais rico e com o ensino de medicina mais desenvolvido, mais de 50% dos recém-formados vão exercer seu ofício –cuidar da saúde das pessoas– com deficiências graves em 40% do conhecimento que deveriam deter.
Entidades profissionais do setor atribuem a moléstia à proliferação de escolas na última década. Argumentam que já existem médicos suficientes no país, 444 mil, e um excesso de faculdades (298).
Obtiveram do governo Michel Temer (MDB) o compromisso de declarar moratória de cinco anos na abertura de vagas, o que o Planalto ainda não oficializou.
É duvidosa a noção de que haja profissionais em número bastante. São 2,1 por grupo de mil habitantes, cifra que parece alta à luz dos 2,5 encontrados nos EUA, mas que empalidece diante da média de 3,2 na OCDE e dos 4 em Portugal.
O problema maior está na distribuição: 55% deles atuam nas capitais. Padece, assim, a população de cidades menores e Estados mais atrasados.
Proibir a abertura de escolas não é solução para isso. Nem para a baixa qualidade dos cursos.
O problema da concentração nas grandes cidades se resolveria com incentivos adequados para formar e fixar jovens médicos nas regiões carentes, oferecendo-lhes aí boas perspectivas de carreira.
Já o quesito das deficiências na formação pode resolver-se mais facilmente, sem intervenções sobre o funcionamento do mercado: basta tornar o exame de proficiência obrigatório para emissão do diploma. Os alunos e seus pais saberão evitar o investimento de seis anos de estudos em escolas com baixos índices de aprovação.
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