A polarização política do País, no grau de acirramento em que se apresenta de uns anos para cá, não é um fenômeno espontâneo, mas provocado. Na verdade, trata-se de uma artimanha criada em laboratório com um fim específico.
Ela deriva de um processo de recrudescimento do discurso político que foi espertamente pensado e implementado durante os governos lulopetistas, principalmente após vir à tona o escândalo do mensalão, como um subterfúgio para manter acesa a chama da militância naquele momento em que a aura de candura e incorruptibilidade do PT começava a ser revelada como a fraude que foi quando o partido, enfim, chegou ao poder.
Autoungido grande benfeitor da Nação, ator de inquestionável poder social e político, era conveniente ao sr. Lula da Silva àquela época encomendar a seu séquito de marqueteiros uma campanha que, artificialmente, dividisse o País entre “nós” e “eles”, sendo “eles” todos aqueles que ousassem fazer oposição ao demiurgo de Garanhuns ou tão somente apontar suas incoerências e seus desmandos.
Assim começava uma cisão criada artificialmente opondo, de um lado, aqueles que estariam lutando por um País “mais justo e igualitário”, identificados com as causas “do povo” e, consequentemente, com o governo petista; e, de outro, os críticos daquela administração, que estariam motivados por interesses elitistas e excludentes, inconformados com a “democratização do acesso aos aeroportos e às universidades” promovida pelo lulopetismo. Evidentemente, uma grande falácia.
Com efeito, em recente artigo publicado no Estado (ver A polarização está na política, 23/12/2017), Marco Aurélio Nogueira observou que o País está mais unido no consenso sobre as duras necessidades da vida cotidiana do que pode fazer parecer uma suposta polarização política que, a despeito das legítimas discordâncias de opinião e visões de mundo que certamente existem, está longe de ser uma marca a alcançar todo o conjunto da Nação, restrita que está aos grandes centros urbanos e, pode-se até dizer, às redes sociais.
Entretanto, se é verdade que o brasileiro médio está longe daquela polarização exacerbada e quer apenas “viver em paz, tocar a vida, criar os filhos, trabalhar e se divertir”, como apontou Nogueira, também é verdade que ele quer que isso tudo lhe seja concedido por obra e graça de governantes dos quais ele se afasta ao dar por concluída a sua participação democrática por meio do voto. A democracia é um processo muito mais complexo e opera em uma dinâmica própria que não termina quando o eleitor registra as suas escolhas na urna.
A História tem mostrado que a ideia de um Estado organizado como provedor geral dos anseios da população e último guardião do interesse público está intimamente ligada ao regime democrático. No entanto, tal forma de organização social tem um elevado custo de materialização que nem todos os cidadãos parecem dispostos a pagar.
É precisamente neste estado de bem-estar social que a maioria dos brasileiros deseja viver, como apontam as pesquisas de opinião, mas sem que, em nome dele, os cidadãos sejam capazes de endossar políticas públicas imprescindíveis à sua implementação.
Um exemplo eloquente dessa particularidade brasileira é o debate acerca da reforma da Previdência. Há pessoas que ainda chegam a negar a própria necessidade de reformar o injusto e anacrônico sistema previdenciário brasileiro, seja por desinformação, seja por defesa de seus privilégios.
Certamente, trata-se de uma reforma dura e impopular, mas é imprescindível para que haja o equilíbrio das contas públicas que permita ao Estado investir em áreas essenciais como saúde, segurança e educação, que concentram a maior demanda popular por serviços públicos de qualidade.
Todos queremos viver em um país estável e equânime. A estabilidade, no entanto, tem um preço e todos precisamos estar dispostos a pagá-lo se quisermos ver nossos sonhos realizados.
Ela deriva de um processo de recrudescimento do discurso político que foi espertamente pensado e implementado durante os governos lulopetistas, principalmente após vir à tona o escândalo do mensalão, como um subterfúgio para manter acesa a chama da militância naquele momento em que a aura de candura e incorruptibilidade do PT começava a ser revelada como a fraude que foi quando o partido, enfim, chegou ao poder.
Autoungido grande benfeitor da Nação, ator de inquestionável poder social e político, era conveniente ao sr. Lula da Silva àquela época encomendar a seu séquito de marqueteiros uma campanha que, artificialmente, dividisse o País entre “nós” e “eles”, sendo “eles” todos aqueles que ousassem fazer oposição ao demiurgo de Garanhuns ou tão somente apontar suas incoerências e seus desmandos.
Assim começava uma cisão criada artificialmente opondo, de um lado, aqueles que estariam lutando por um País “mais justo e igualitário”, identificados com as causas “do povo” e, consequentemente, com o governo petista; e, de outro, os críticos daquela administração, que estariam motivados por interesses elitistas e excludentes, inconformados com a “democratização do acesso aos aeroportos e às universidades” promovida pelo lulopetismo. Evidentemente, uma grande falácia.
Com efeito, em recente artigo publicado no Estado (ver A polarização está na política, 23/12/2017), Marco Aurélio Nogueira observou que o País está mais unido no consenso sobre as duras necessidades da vida cotidiana do que pode fazer parecer uma suposta polarização política que, a despeito das legítimas discordâncias de opinião e visões de mundo que certamente existem, está longe de ser uma marca a alcançar todo o conjunto da Nação, restrita que está aos grandes centros urbanos e, pode-se até dizer, às redes sociais.
Entretanto, se é verdade que o brasileiro médio está longe daquela polarização exacerbada e quer apenas “viver em paz, tocar a vida, criar os filhos, trabalhar e se divertir”, como apontou Nogueira, também é verdade que ele quer que isso tudo lhe seja concedido por obra e graça de governantes dos quais ele se afasta ao dar por concluída a sua participação democrática por meio do voto. A democracia é um processo muito mais complexo e opera em uma dinâmica própria que não termina quando o eleitor registra as suas escolhas na urna.
A História tem mostrado que a ideia de um Estado organizado como provedor geral dos anseios da população e último guardião do interesse público está intimamente ligada ao regime democrático. No entanto, tal forma de organização social tem um elevado custo de materialização que nem todos os cidadãos parecem dispostos a pagar.
É precisamente neste estado de bem-estar social que a maioria dos brasileiros deseja viver, como apontam as pesquisas de opinião, mas sem que, em nome dele, os cidadãos sejam capazes de endossar políticas públicas imprescindíveis à sua implementação.
Um exemplo eloquente dessa particularidade brasileira é o debate acerca da reforma da Previdência. Há pessoas que ainda chegam a negar a própria necessidade de reformar o injusto e anacrônico sistema previdenciário brasileiro, seja por desinformação, seja por defesa de seus privilégios.
Certamente, trata-se de uma reforma dura e impopular, mas é imprescindível para que haja o equilíbrio das contas públicas que permita ao Estado investir em áreas essenciais como saúde, segurança e educação, que concentram a maior demanda popular por serviços públicos de qualidade.
Todos queremos viver em um país estável e equânime. A estabilidade, no entanto, tem um preço e todos precisamos estar dispostos a pagá-lo se quisermos ver nossos sonhos realizados.
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