Chamaram a atenção os sinais de entusiasmo no mercado financeiro enquanto se desenrolava, na quarta (24), o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre.
O índice principal da Bolsa de Valores, composto pelas ações mais negociadas, teve elevação de 3,7%, ao passo que a cotação do dólar recuou 2,4% –e tanto a subida do primeiro quanto a queda do segundo se intensificaram à medida que se confirmava a unanimidade de três votos pela condenação do líder petista.
Por mais evidente que pareça a correlação entre os eventos, sempre se recomenda cautela na análise de transações de forte componente especulativo. Em tais ambientes, movimentos de alta e baixa podem se alternar sem que os motivos se mostrem claros.
Os bons humores, ademais, em muito antecediam a decisão do TRF-4 que dificultou sobremaneira a candidatura de Lula à Presidência. Desde o ano passado, o momento positivo da economia internacional e o fim da recessão doméstica dão ânimo aos negócios.
Isso considerado, é fato que a presença do ex-presidente no cenário eleitoral traz de volta, entre empresários e investidores, temores que haviam se dissipado com os resultados favoráveis de sua administração (2003-2010).
Na esteira da derrocada do governo Dilma Rousseff e do avanço das investigações da Lava Jato, a retórica petista regrediu aos tempos de oposição populista e demagógica, em busca dos militantes mais inflamados.
Assim como se negam, de modo quase pueril, as evidências jurídicas contra Lula, rechaçam-se a responsabilidade pelo colapso do Orçamento e o imperativo das reformas –como se Lula e Dilma não tivessem proposto, em suas gestões, a revisão de normas previdenciárias e trabalhistas.
A despeito do otimismo aparente nos números da Bolsa ou do câmbio, a situação do país é dramática.
Em alta, a dívida pública já equivale a mais de 80% do Produto Interno Bruto pelos critérios do Fundo Monetário Internacional, maior patamar entre os principais emergentes. O deficit anual de União, Estados e municípios, de cerca de 8% do PIB, só se compara, no G-20, ao medido na Arábia Saudita.
Nesse cenário, qualquer percepção de retrocesso nas medidas de ajuste pode desencadear turbulências financeiras e pôr em risco a recuperação da economia.
Os mercados, por sua natureza, são amorais –não se reagiu, no caso de Lula, a algum avanço no saneamento da política, mas apenas à possível remoção de um obstáculo à agenda reformista.
Seria desejável, decerto, que o vaivém especulativo tivesse menor importância, em particular nos períodos eleitorais. Para tanto, o governo brasileiro deveria depender menos de dinheiro emprestado.
O índice principal da Bolsa de Valores, composto pelas ações mais negociadas, teve elevação de 3,7%, ao passo que a cotação do dólar recuou 2,4% –e tanto a subida do primeiro quanto a queda do segundo se intensificaram à medida que se confirmava a unanimidade de três votos pela condenação do líder petista.
Por mais evidente que pareça a correlação entre os eventos, sempre se recomenda cautela na análise de transações de forte componente especulativo. Em tais ambientes, movimentos de alta e baixa podem se alternar sem que os motivos se mostrem claros.
Os bons humores, ademais, em muito antecediam a decisão do TRF-4 que dificultou sobremaneira a candidatura de Lula à Presidência. Desde o ano passado, o momento positivo da economia internacional e o fim da recessão doméstica dão ânimo aos negócios.
Isso considerado, é fato que a presença do ex-presidente no cenário eleitoral traz de volta, entre empresários e investidores, temores que haviam se dissipado com os resultados favoráveis de sua administração (2003-2010).
Na esteira da derrocada do governo Dilma Rousseff e do avanço das investigações da Lava Jato, a retórica petista regrediu aos tempos de oposição populista e demagógica, em busca dos militantes mais inflamados.
Assim como se negam, de modo quase pueril, as evidências jurídicas contra Lula, rechaçam-se a responsabilidade pelo colapso do Orçamento e o imperativo das reformas –como se Lula e Dilma não tivessem proposto, em suas gestões, a revisão de normas previdenciárias e trabalhistas.
A despeito do otimismo aparente nos números da Bolsa ou do câmbio, a situação do país é dramática.
Em alta, a dívida pública já equivale a mais de 80% do Produto Interno Bruto pelos critérios do Fundo Monetário Internacional, maior patamar entre os principais emergentes. O deficit anual de União, Estados e municípios, de cerca de 8% do PIB, só se compara, no G-20, ao medido na Arábia Saudita.
Nesse cenário, qualquer percepção de retrocesso nas medidas de ajuste pode desencadear turbulências financeiras e pôr em risco a recuperação da economia.
Os mercados, por sua natureza, são amorais –não se reagiu, no caso de Lula, a algum avanço no saneamento da política, mas apenas à possível remoção de um obstáculo à agenda reformista.
Seria desejável, decerto, que o vaivém especulativo tivesse menor importância, em particular nos períodos eleitorais. Para tanto, o governo brasileiro deveria depender menos de dinheiro emprestado.
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