O bispo de Formosa, Dom José Ronaldo (foto), quatro padres, um vigário-geral, um monsenhor e dois funcionários administrativos foram presos na manhã desta segunda-feira (19) durante operação do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) contra desvios de recursos na Igreja Católica em Posse e em duas cidades do Entorno do Distrito Federal – Formosa e Planaltina. O prejuízo estimado é de mais de R$ 2 milhões.
Segundo a investigação, o grupo se apropriava de dinheiro oriundo de dízimos, doações, arrecadações de festas realizadas por fiéis e taxas de eventos como batismos e casamentos.
Segundo a investigação, o grupo se apropriava de dinheiro oriundo de dízimos, doações, arrecadações de festas realizadas por fiéis e taxas de eventos como batismos e casamentos.
Operação Caifás
A ação, batizada de "Caifás", tem ao todo nove mandados de prisão e dez
de busca e apreensão em Formosa, Posse e Planaltina. Além de
residências e igrejas, um mosteiro também é alvo da investigação.
Segundo o promotor de Justiça Douglas Chegury, um dos responsáveis pela
operação, foram apreendidas caminhonetes da cúria em nomes de
terceiros, além de uma grande quantia de dinheiro em espécie, com valor
ainda não foi divulgado.
De acordo com o MP-GO, a suspeita é que a associação criminosa atuava
na cúria da Diocese da Igreja Católica de Formosa e em outras paróquias
relacionadas a ela nas outras cidades. Participaram da ação cerca de dez
promotores de Justiça, além das polícias Civil e Militar.
Denúncia
Em dezembro de 2017, fiéis denunciaram que as despesas da casa
episcopal de Formosa, onde o bispo mora, passaram de R$ 5 mil para R$ 35
mil desde que Dom José Ronaldo assumiu o posto, havia três anos.
"O que nós temos certeza é que as contas da cúria não fecham. Então,
nós queremos a abertura pública das contas da cúria [administração da
diocese] e dos gastos da casa episcopal", disse uma fiel, que preferiu
não se identificar.
O grupo que contesta as contas informou que não recolheria o dízimo até
que as medidas fossem atendidas. A diocese disse, na época, que o custo
das 33 paróquias é de cerca de R$ 12 milhões por ano. Já a arrecadação,
no mesmo período, é de R$ 16 milhões. O restante é destinado ao fundo
de cada unidade.
Dom José Ronaldo alegou na época que não tocava no dinheiro e que não
houve o pedido, por parte do grupo, para a apresentação de contas.
"Não tem nada de impropriedade. Não toco nos repasses financeiros das
paróquias que são destinados à manutenção das necessidades da Diocese,
casa do clero, seminário, estrutura da cúria, funcionários, etc",
declarou.
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