Mais que uma faxina, indispensável para a remoção do lixo e dos escombros deixados pelo petismo, um enorme trabalho de reforma e reconstrução vem sendo realizado pelos novos diretores da Petrobrás, a maior companhia brasileira, com apoio do Executivo federal. O balanço continua no vermelho, com prejuízo de R$ 466 milhões no ano passado, mas a dívida total diminui, pendências bilionárias são resolvidas e a estatal é novamente administrada como empresa. Critérios de profissionalismo, eficiência, lucratividade e respeito aos acionistas voltam, enfim, a ser levados em conta.
Essa mudança ocorre depois de muitos anos de sujeição da petroleira a objetivos partidários e pessoais, de completo desprezo a critérios administrativos, de investimentos mal planejados e mal executados e de uma ampla pilhagem conduzida à sombra de um Executivo irresponsável e complacente. Boa parte dessa história está narrada nos documentos da Operação Lava Jato.
Mas a devastação da estatal foi muito além dos crimes narrados nessa investigação. O relato completo deveria incluir, entre outros detalhes, os interesses políticos por trás de obras como a da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, as interferências em decisões tipicamente empresariais, como a fixação de preços, e o uso da companhia como instrumento de um desastroso arremedo de política de desenvolvimento industrial. Custos elevados, sangria de caixa e favores a grupos selecionados são componentes dessa história de desmandos.
Com o fim do controle de preços, uma das grandes fontes de prejuízo da Petrobrás foi extinta. Eliminada a obrigação de participar de todos os projetos de exploração do pré-sal, a empresa recuperou a liberdade, essencial para toda atividade de negócios, de escolher seus objetivos e de planejar o uso de seu dinheiro.
O prejuízo contabilizado no exercício de 2017 é explicável essencialmente pelo trabalho de faxina. Sem o acordo de cerca de R$ 11 bilhões firmado com investidores para liquidar um processo na Justiça americana, a Petrobrás teria registrado um lucro líquido de R$ 7 bilhões, segundo explicou o diretor financeiro, Ivan Monteiro. Faltam os passos finais para a oficialização do acordo, já aprovado pelo juiz. A Petrobrás, segundo seu presidente, Pedro Parente, considera o problema resolvido.
Enquanto o PT comandou o governo federal e a empresa, a Petrobrás, além de perder bilhões em maus investimentos e em várias outras iniciativas erradas, tornou-se campeã mundial de endividamento. Seus compromissos ainda são muito grandes, mas a dívida bruta diminuiu de R$ 314,12 bilhões no quarto trimestre de 2016 para R$ 280,75 bilhões um ano mais tarde. Além disso, a empresa recuperou o acesso ao mercado financeiro internacional, perdido na pior fase de sua deterioração financeira. Em certo momento a companhia ficou restrita a créditos de fontes chinesas. Com o retorno ao mercado, parte dos compromissos foi recentemente renegociada com prazos maiores, segundo informou no fim de janeiro o presidente da empresa.
O ajuste é naturalmente sujeito a oscilações. A relação entre o endividamento líquido e a geração de caixa subiu de 3,16 vezes no fim de setembro para 3,67 vezes no fim de dezembro, mas a fase do grande sufoco financeiro foi claramente superada. Com maior liberdade para fixação de preços, a empresa pode mais facilmente acompanhar as variações internacionais e, nos momentos adequados, beneficiar-se da alta das cotações. Além disso, a produção de óleo e gás tem aumentado. No ano passado a empresa alcançou no Brasil o recorde de 2,15 milhões de barris produzidos por dia.
A política de recuperação continua e tem, por enquanto, rumo bem definido. A maior dúvida, hoje, é quanto à manutenção dessa política. A empresa está mais protegida contra desmandos do Executivo, mas, com algum esforço, o próximo presidente da República ainda poderá subordiná-la a fins pessoais e partidários. Se essa for sua inclinação, provavelmente encontrará apoio na base aliada. O futuro da empresa dependerá, enfim, dos eleitores.
Essa mudança ocorre depois de muitos anos de sujeição da petroleira a objetivos partidários e pessoais, de completo desprezo a critérios administrativos, de investimentos mal planejados e mal executados e de uma ampla pilhagem conduzida à sombra de um Executivo irresponsável e complacente. Boa parte dessa história está narrada nos documentos da Operação Lava Jato.
Mas a devastação da estatal foi muito além dos crimes narrados nessa investigação. O relato completo deveria incluir, entre outros detalhes, os interesses políticos por trás de obras como a da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, as interferências em decisões tipicamente empresariais, como a fixação de preços, e o uso da companhia como instrumento de um desastroso arremedo de política de desenvolvimento industrial. Custos elevados, sangria de caixa e favores a grupos selecionados são componentes dessa história de desmandos.
Com o fim do controle de preços, uma das grandes fontes de prejuízo da Petrobrás foi extinta. Eliminada a obrigação de participar de todos os projetos de exploração do pré-sal, a empresa recuperou a liberdade, essencial para toda atividade de negócios, de escolher seus objetivos e de planejar o uso de seu dinheiro.
O prejuízo contabilizado no exercício de 2017 é explicável essencialmente pelo trabalho de faxina. Sem o acordo de cerca de R$ 11 bilhões firmado com investidores para liquidar um processo na Justiça americana, a Petrobrás teria registrado um lucro líquido de R$ 7 bilhões, segundo explicou o diretor financeiro, Ivan Monteiro. Faltam os passos finais para a oficialização do acordo, já aprovado pelo juiz. A Petrobrás, segundo seu presidente, Pedro Parente, considera o problema resolvido.
Enquanto o PT comandou o governo federal e a empresa, a Petrobrás, além de perder bilhões em maus investimentos e em várias outras iniciativas erradas, tornou-se campeã mundial de endividamento. Seus compromissos ainda são muito grandes, mas a dívida bruta diminuiu de R$ 314,12 bilhões no quarto trimestre de 2016 para R$ 280,75 bilhões um ano mais tarde. Além disso, a empresa recuperou o acesso ao mercado financeiro internacional, perdido na pior fase de sua deterioração financeira. Em certo momento a companhia ficou restrita a créditos de fontes chinesas. Com o retorno ao mercado, parte dos compromissos foi recentemente renegociada com prazos maiores, segundo informou no fim de janeiro o presidente da empresa.
O ajuste é naturalmente sujeito a oscilações. A relação entre o endividamento líquido e a geração de caixa subiu de 3,16 vezes no fim de setembro para 3,67 vezes no fim de dezembro, mas a fase do grande sufoco financeiro foi claramente superada. Com maior liberdade para fixação de preços, a empresa pode mais facilmente acompanhar as variações internacionais e, nos momentos adequados, beneficiar-se da alta das cotações. Além disso, a produção de óleo e gás tem aumentado. No ano passado a empresa alcançou no Brasil o recorde de 2,15 milhões de barris produzidos por dia.
A política de recuperação continua e tem, por enquanto, rumo bem definido. A maior dúvida, hoje, é quanto à manutenção dessa política. A empresa está mais protegida contra desmandos do Executivo, mas, com algum esforço, o próximo presidente da República ainda poderá subordiná-la a fins pessoais e partidários. Se essa for sua inclinação, provavelmente encontrará apoio na base aliada. O futuro da empresa dependerá, enfim, dos eleitores.
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