"Defendo com firme convicção a tese de que precisamos todos aprender a olhar o inevitável fim da vida com naturalidade e muita esperança. Para isso, basta criarmos o hábito de meditar diariamente sobre a morte, mantendo-nos em satisfatórias condições para o incerto encontro com Deus.
Não procure a morte, mas também não tenha esse pavor irracional dessa nossa benfazeja amiga. Creio que tememos bem mais as dores de uma doença, as humilhações de uma invalidez do que a morte em si mesma. Tudo, porém, é desígnio do Senhor. Muitas vezes parecem-nos absurdos, injustos e cruéis certos transes da vida, mas lá no céu compreenderemos todos os mistérios e vamos reconhecer a perfeição da sabedoria divina. Por enquanto, compete-nos o dever diário de pensar um pouquinho na morte, sempre desconfiando de que poderemos não ver a aurora seguinte. Se Cristo vier, de repente, maravilhoso será estarmos em condições de ir com Ele ao paraíso."
(Da crônica “O eterno prêmio”, escrita pelo meu mano Emir Bemerguy em novembro de 1982 e publicada no jornal O Liberal)
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