Não havia ninguém no apartamento no momento do protesto, já que Cármen está em Brasília, segundo sua assessoria de imprensa.
A Polícia Militar de Minas Gerais informou que foi lavrado um Boletim de Ocorrência sobre o ocorrido e estão sendo apurados os responsáveis. A PM também informou que está acompanhando os protestos desta sexta e e que não houve nenhuma prisão nem apreensão durante a manifestação em Belo Horizonte. A PM mineira não divulga estimativa de participantes dos protestos.
O ataque ocorreu no mesmo dia determinado pelo juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal, para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se entregue à Polícia Federal. Na quinta-feira, o STF rejeitou um habeas corpus preventivo pedido pela defesa do petista. A presidente do STF foi a última a votar e desempatou o julgamento ao decidir contra o pedido para que o ex-presidente permanecesse em liberdade até serem esgotados todos os recursos no processo do Tríplex do Guarujá.Foram avistados três ônibus nos arredores do prédio, localizado na região centro-sul da capital mineira, que surpreenderam os moradores da vizinhança. A ministra é professora da PUC-Minas e mantém o apartamento para quando precisa ir a Belo Horizonte.
ASSOCIAÇÃO CRITICA ATAQUE
A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), principal entidade da categoria, afirmou em nota que "não se pode admitir" o ataque realizado contra o prédio de Cármen Lúcia. "Não se pode admitir, sob qualquer pretexto, atos de vandalismo como este que atinge a mais alta autoridade do Judiciário brasileiro, ainda mais porque está ligado diretamente ao cargo ocupado e às decisões proferidas”, diz a nota que pede ainda que os atos "não permaneçam impunes" e que os responsáveis sejam identificados.
A entidade ainda relembrou o recente pronunciamento da presidente do Supremo, no qual ela conclamou a sociedade a manter o equilíbrio e respeitar as diferenças. "O Brasil tem sofrido demais com a intolerância e o desrespeito à pluralidade, mas tem sofrido ainda mais pelo assalto aos cofres públicos que sangra o povo brasileiro por meio de propinas e corrupção nas mais diversas formas", diz o texto, assinado pelo presidente da AMB, Jayme de Oliveira.
A nota diz ainda que a associação "se solidariza com a ministra Cármen Lúcia e afirma que o Judiciário, por seus mais de 14 mil juízes associados, seguirá firme e independente no exercício de suas funções constitucionais, na certeza de que somente o fiel cumprimento da Constituição e das decisões emanadas do Judiciário consolidará a jovem democracia brasileira".
Em vídeo divulgado nesta noite, o presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Roberto Veloso repudiou o ato de manifestantes do MST no prédio onde a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia possui um apartamento, em Belo Horizonte. Para Veloso, atos como o de hoje “afetam a própria democracia”.
"As decisões judiciais devem ser respeitadas independentemente de agradarem ou não os interessados. Atos de violência visando impedir o regular funcionamento das instituições são repudiados pela sociedade. Tentativas de intimidações a magistrados como a que ocorreu em Belo Horizonte no prédio onde há um apartamento da presidente do STF hoje são atos que afetam a própria democracia”, afirmou em vídeo divulgado no Whatsapp.
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