Prezado Ercio, Fui levado ao seu blog por que lia um artigo de Celso Ming. Entro no MOCORONGO e reconheço imediatamente a orla de Santarém e as areias de Alter do Chão.
Antes de ir adiante: Sou mineiro, violonista/compositor e estive aí uma única vez, na última edição do Projeto Pixinguinha, em 2006, dividindo o palco com a belenense Jane Duboc e o violonista/chorão carioca Maurício Carrilho, sobrinho do velho e respeitado flautista Altamiro Carrilho. Mostrando a nossa música, começamos um giro por Rio das Ostras, interior do Rio de Janeiro. Depois, a capital, o Rio, seguindo para Boa Vista, Santarém, Belém, Manaus, finalizando em São Luís mostrando a música de cada um.
Percorrendo as páginas do MOCORONGO, as lembranças me sacodem: o que é feito de Santarém e de Alter do Chão? Do Tapajós, da floresta...? Belo Horizonte não me responde. Nenhuma das muitas Minas Gerais pode me responder. Por que nos ignoramos assim? Quais desinteresses nos desligam uns dos outros? São as distâncias continentais brasileiras a primeira causa disso?
Minha experiência por aí foi rápida, mas, intensa. Não há como ser superficial na Amazônia, e, logo na saída do aeroporto percebi o atrativo do lugar novo pra mim: sua variedade condensada na floresta enorme, os muitos céus que se vão do chumbo ao anil puro, a pluralidade de almas, os ruídos, o arruamento em declive esbarrando no Tapajós, o negro flafo dos urubus na sua tarefa natural. E a água, as águas. Penso como as temos em Minas Gerais: aquífero gigante, hidrografia exuberante [poluída, claro]… E as águas minerais, em especial a de Cambuquira, cuja leveza e delícia são inacreditáveis! Águas têm ordem própria, e as amazônicas exibem o seu volume, primeira coisa entre as suas virtudes.
Alter do Chão é um gole disso, das águas do Tapajós. E tem goles d'água e braçadas para o tempo incontável. Nadei ali, atravessando o trecho seguro até a praia. Quando avisaram deu hora de voltar, voltei certo de que via uma das mais inacreditáveis belezas brasileiras, ainda que belezas seja algo comum Brasil afora. Mas, algumas são mais emocionantes que outras. Alter do Chão sabe disso e pode ser imodesta.
Uma última coisa: Portugal de hoje sabe que beleza é esta cujo topônimo vem de lá? Seria bom que soubesse e a visitasse sem ganas além de ver o que merece ser visto e desfrutado e respeitado.
Abraços, do CELSO ADOLFO MARQUES
Antes de ir adiante: Sou mineiro, violonista/compositor e estive aí uma única vez, na última edição do Projeto Pixinguinha, em 2006, dividindo o palco com a belenense Jane Duboc e o violonista/chorão carioca Maurício Carrilho, sobrinho do velho e respeitado flautista Altamiro Carrilho. Mostrando a nossa música, começamos um giro por Rio das Ostras, interior do Rio de Janeiro. Depois, a capital, o Rio, seguindo para Boa Vista, Santarém, Belém, Manaus, finalizando em São Luís mostrando a música de cada um.
Percorrendo as páginas do MOCORONGO, as lembranças me sacodem: o que é feito de Santarém e de Alter do Chão? Do Tapajós, da floresta...? Belo Horizonte não me responde. Nenhuma das muitas Minas Gerais pode me responder. Por que nos ignoramos assim? Quais desinteresses nos desligam uns dos outros? São as distâncias continentais brasileiras a primeira causa disso?
Minha experiência por aí foi rápida, mas, intensa. Não há como ser superficial na Amazônia, e, logo na saída do aeroporto percebi o atrativo do lugar novo pra mim: sua variedade condensada na floresta enorme, os muitos céus que se vão do chumbo ao anil puro, a pluralidade de almas, os ruídos, o arruamento em declive esbarrando no Tapajós, o negro flafo dos urubus na sua tarefa natural. E a água, as águas. Penso como as temos em Minas Gerais: aquífero gigante, hidrografia exuberante [poluída, claro]… E as águas minerais, em especial a de Cambuquira, cuja leveza e delícia são inacreditáveis! Águas têm ordem própria, e as amazônicas exibem o seu volume, primeira coisa entre as suas virtudes.
Alter do Chão é um gole disso, das águas do Tapajós. E tem goles d'água e braçadas para o tempo incontável. Nadei ali, atravessando o trecho seguro até a praia. Quando avisaram deu hora de voltar, voltei certo de que via uma das mais inacreditáveis belezas brasileiras, ainda que belezas seja algo comum Brasil afora. Mas, algumas são mais emocionantes que outras. Alter do Chão sabe disso e pode ser imodesta.
Uma última coisa: Portugal de hoje sabe que beleza é esta cujo topônimo vem de lá? Seria bom que soubesse e a visitasse sem ganas além de ver o que merece ser visto e desfrutado e respeitado.
Abraços, do CELSO ADOLFO MARQUES
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