Editorial - Folha de SP
Depois de 48 partidas, 43.542 passes, 1.295 faltas e 122 gols, a primeira fase da Copa da Rússia chegou ao fim. A partir deste sábado (30), 16 equipes dão início à etapa mais eletrizante —e mais cruel— do torneio, na qual os perdedores serão implacavelmente eliminados até a grande final, marcada para 15 de julho, um domingo.
Com algumas oscilações, as estatísticas são até aqui compatíveis com as disputas mais recentes. Destoam de maneira significativa, porém, na quantidade de pênaltis assinalados.
Foram 24 em três rodadas. Desde que os Mundiais passaram a reunir 32 seleções, a partir de 1998, o recorde, em período equivalente, era de 18 penalidades. Ao que tudo indica, o motivo do incremento reside em novidade introduzida nesta edição da Copa —a adoção do VAR, o árbitro de vídeo.
Em meio a inevitáveis polêmicas e divergências, a utilização de imagens para elucidar dúvidas em lances relevantes se mostrou vantajosa. Não há dúvida de que há aspectos a aperfeiçoar, mas depois desta Copa será difícil prescindir do recurso para auxiliar o juiz de campo.
A Fifa, entidade máxima do futebol, já anunciou que fará um balanço após o torneio para avaliar possíveis modificações.
Outro tema que chamou a atenção, embora tenha se mostrado menos decisivo, foi a decisão de usar a quantidade de cartões como critério de desempate na primeira fase. Depois de experimentar o procedimento na Copa das Confederações, em 2016, a Fifa o oficializou na Rússia. Valoriza-se, corretamente, o jogo mais leal.
Foi o que aconteceu no embate entre Japão e Senegal, do qual os asiáticos saíram classificados por terem recebido menos advertências da arbitragem. A desclassificação da equipe senegalesa consumou um fato que não ocorria desde 1982 —nenhuma seleção africana passou para as oitavas de final.
Quanto à seleção brasileira, depois de uma primeira partida marcada por nervosismo e inconstância, na qual empatou com a Suíça, a equipe cresceu em confiança e melhorou o desempenho. A paulatina ascensão não justifica ufanismo, mas permite reconhecer o bom trabalho de preparação.
Se a poucos dias do início da disputa o Datafolha indicava um percentual recorde de desinteressados, o quadro parece outro após as primeiras vitórias do Brasil. Uma leitura da audiência dos veículos de comunicação até 15 de julho permitirá, talvez, dimensionar o fenômeno com mais precisão.
É possível que as ruas não se apresentem tão efusivas como em outras ocasiões, mas o clima de Copa, sem dúvida, impôs-se. A difícil situação do país e os desmandos na organização do futebol brasileiro não são motivos para que se deixe de apreciar o espetáculo esportivo.
Depois de 48 partidas, 43.542 passes, 1.295 faltas e 122 gols, a primeira fase da Copa da Rússia chegou ao fim. A partir deste sábado (30), 16 equipes dão início à etapa mais eletrizante —e mais cruel— do torneio, na qual os perdedores serão implacavelmente eliminados até a grande final, marcada para 15 de julho, um domingo.
Com algumas oscilações, as estatísticas são até aqui compatíveis com as disputas mais recentes. Destoam de maneira significativa, porém, na quantidade de pênaltis assinalados.
Foram 24 em três rodadas. Desde que os Mundiais passaram a reunir 32 seleções, a partir de 1998, o recorde, em período equivalente, era de 18 penalidades. Ao que tudo indica, o motivo do incremento reside em novidade introduzida nesta edição da Copa —a adoção do VAR, o árbitro de vídeo.
Em meio a inevitáveis polêmicas e divergências, a utilização de imagens para elucidar dúvidas em lances relevantes se mostrou vantajosa. Não há dúvida de que há aspectos a aperfeiçoar, mas depois desta Copa será difícil prescindir do recurso para auxiliar o juiz de campo.
A Fifa, entidade máxima do futebol, já anunciou que fará um balanço após o torneio para avaliar possíveis modificações.
Outro tema que chamou a atenção, embora tenha se mostrado menos decisivo, foi a decisão de usar a quantidade de cartões como critério de desempate na primeira fase. Depois de experimentar o procedimento na Copa das Confederações, em 2016, a Fifa o oficializou na Rússia. Valoriza-se, corretamente, o jogo mais leal.
Foi o que aconteceu no embate entre Japão e Senegal, do qual os asiáticos saíram classificados por terem recebido menos advertências da arbitragem. A desclassificação da equipe senegalesa consumou um fato que não ocorria desde 1982 —nenhuma seleção africana passou para as oitavas de final.
Quanto à seleção brasileira, depois de uma primeira partida marcada por nervosismo e inconstância, na qual empatou com a Suíça, a equipe cresceu em confiança e melhorou o desempenho. A paulatina ascensão não justifica ufanismo, mas permite reconhecer o bom trabalho de preparação.
Se a poucos dias do início da disputa o Datafolha indicava um percentual recorde de desinteressados, o quadro parece outro após as primeiras vitórias do Brasil. Uma leitura da audiência dos veículos de comunicação até 15 de julho permitirá, talvez, dimensionar o fenômeno com mais precisão.
É possível que as ruas não se apresentem tão efusivas como em outras ocasiões, mas o clima de Copa, sem dúvida, impôs-se. A difícil situação do país e os desmandos na organização do futebol brasileiro não são motivos para que se deixe de apreciar o espetáculo esportivo.
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