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quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Acusação contra o papa Francisco seria uma vingança


Às 9h30 da manhã da quarta-feira da semana passada, o arcebispo Carlo Maria Viganò apareceu no apartamento de um repórter conservador do Vaticano com um boné de beisebol e uma história explosiva para contar.

Viganò, o ex-chefe diplomático do Vaticano nos Estados Unidos, passou a manhã trabalhando com o repórter na sua mesa de jantar para elaborar uma carta de 7 mil palavras, pedindo a renúncia do papa Francisco, acusando-o de encobrir casos de abusos sexuais e se solidarizar com uma “corrente homossexual” no Vaticano.


O jornalista Marco Tossatti disse que ele aliviou a narrativa. O enfurecido arcebispo não apresentou nenhuma evidência, disse, mas forneceu suspeitas, condenando as redes homossexuais dentro da igreja que agem com poderes de tentáculos para atacar vítimas inocentes. Quando a carta foi finalizada, Viganò desligou seu celular e manteve seu destino um segredo, pois estava preocupado com a segurança.

O arcebispo simplesmente desapareceu. A carta, publicada no domingo passado, tem desafiado Francisco e abalou o centro da Igreja Católica.

O papa disse que não se importará para dar uma resposta, ainda que as alegações tenham desencadeado uma guerra civil ideológica, com setores normalmente obscuros do Vaticano aparecendo para o combate aberto. A carta expôs profundos confrontos ideológicos, com clérigos americanos se colocando tanto contra quanto a favor do pontífice.

Mas Viganò, que tem contra si acusações de acobertamento de condutas inapropriadas em Minnesota, também parece estar atrás de velhas questões. Segundo Juan Carlos Cruz, uma vítima de abuso, ele teria arquitetado um encontro de Francisco com um militante antigay em 2015. O papa o demitiu. E agora ele quer retribuir.

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