Não podem ser considerados surpreendentes, embora tragam informações relevantes, os resultados da primeira pesquisa Datafolha sobre a eleição presidencial após a definição oficial dos candidatos.
Decerto que espanta a resistência da intenção de voto no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde abril devido à condenação em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro.
Entretanto o que interessa a esta altura —e se mantém uma incógnita— é quanto dos 39% obtidos pelo petista virtualmente inelegível serão transferidos ao ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad.
De todo modo, os dados e a lógica apontam para cinco candidaturas mais fortes. No cenário sem Lula, Haddad tem apenas 4%, mas considerável potencial de crescimento; além dele, Jair Bolsonaro, do PSL (22%), Marina Silva, da Rede (16%), Ciro Gomes, do PDT (10%), e Geraldo Alckmin, do PSDB (9%).
O número de concorrentes competitivos certamente supera o dos últimos seis pleitos, mas não chega a descrever um cenário tão imprevisível quanto o que se vislumbrava há alguns meses.
Possíveis novidades desistiram da disputa, outras marcam percentuais pouco promissores na pesquisa. O grupo dos mais bem colocados, ademais, representa com razoável fidelidade as opções ideológicas da esquerda à direita, passando pelas nuances do centro.
Ainda que as sondagens anteriores não sirvam de comparação apropriada, pode-se dizer que as posições têm se mantido razoavelmente estáveis. A probabilidade de mudanças cresce, certamente, com o início oficial da campanha, em particular na TV.
Tal recurso será decisivo, em especial, para Alckmin, dono da maior coligação e do tempo mais extenso de propaganda. Ao mesmo tempo, ver-se ladeado por tantos partidos de péssima reputação é também sua fragilidade.
Marina Silva contará com não mais de 21 segundos em cada bloco de 12 minutos e meio, devido à pequenez de sua aliança —decepcionante para alguém que disputa a Presidência com votações expressivas desde 2010. Já Ciro Gomes parece ameaçado pela perspectiva de avanço do postulante do PT.
Lamentável que o partido, vencedor legítimo das últimas quatro disputas, tenha substituído a necessária autocrítica pelo messianismo de Lula, que leva o inquestionável direito de defesa ao ponto de ataque político ao Judiciário.
Outro triste fenômeno é a sedução do eleitorado conservador por um candidato, Bolsonaro, de discurso demagógico, não raro autoritário, e flagrante despreparo para o cargo que almeja.
Seria empobrecedor ao extremo um debate eleitoral limitado a lulismo e antilulismo. Os problemas do país são muito mais complexos.
Decerto que espanta a resistência da intenção de voto no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde abril devido à condenação em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro.
Entretanto o que interessa a esta altura —e se mantém uma incógnita— é quanto dos 39% obtidos pelo petista virtualmente inelegível serão transferidos ao ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad.
De todo modo, os dados e a lógica apontam para cinco candidaturas mais fortes. No cenário sem Lula, Haddad tem apenas 4%, mas considerável potencial de crescimento; além dele, Jair Bolsonaro, do PSL (22%), Marina Silva, da Rede (16%), Ciro Gomes, do PDT (10%), e Geraldo Alckmin, do PSDB (9%).
O número de concorrentes competitivos certamente supera o dos últimos seis pleitos, mas não chega a descrever um cenário tão imprevisível quanto o que se vislumbrava há alguns meses.
Possíveis novidades desistiram da disputa, outras marcam percentuais pouco promissores na pesquisa. O grupo dos mais bem colocados, ademais, representa com razoável fidelidade as opções ideológicas da esquerda à direita, passando pelas nuances do centro.
Ainda que as sondagens anteriores não sirvam de comparação apropriada, pode-se dizer que as posições têm se mantido razoavelmente estáveis. A probabilidade de mudanças cresce, certamente, com o início oficial da campanha, em particular na TV.
Tal recurso será decisivo, em especial, para Alckmin, dono da maior coligação e do tempo mais extenso de propaganda. Ao mesmo tempo, ver-se ladeado por tantos partidos de péssima reputação é também sua fragilidade.
Marina Silva contará com não mais de 21 segundos em cada bloco de 12 minutos e meio, devido à pequenez de sua aliança —decepcionante para alguém que disputa a Presidência com votações expressivas desde 2010. Já Ciro Gomes parece ameaçado pela perspectiva de avanço do postulante do PT.
Lamentável que o partido, vencedor legítimo das últimas quatro disputas, tenha substituído a necessária autocrítica pelo messianismo de Lula, que leva o inquestionável direito de defesa ao ponto de ataque político ao Judiciário.
Outro triste fenômeno é a sedução do eleitorado conservador por um candidato, Bolsonaro, de discurso demagógico, não raro autoritário, e flagrante despreparo para o cargo que almeja.
Seria empobrecedor ao extremo um debate eleitoral limitado a lulismo e antilulismo. Os problemas do país são muito mais complexos.
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