Sexta-feira (14), em sua 'despedida' no programa Fofocalizando (do SBT), o programa bateu recorde de audiência, ficando por oito minutos na frente da TV Globo, enquanto Leo, aos prantos, revelava que "só quer melhorar". Aos 43 anos de idade, o jornalista nega que seja corajoso, diz que não tem medo da morte, e alega que seu único receio é de fracassar.
O DIA: Como vai ser o tratamento?
Leo: É um tratamento revolucionário, eu vou combater a droga com outra droga. A ibogaína (nome da substância) provoca 12 horas de alucinações, em que dizem que o passado vem à tona, você vê o Diabo, e que acaba com a tal fissura. Foi o jornalista Ricardo Feltrin que me indicou, e minha irmã fez todo o processo para mim. Tive que apresentar vários documentos para liberação e o tratamento custou R$ 8,5 mil. Não sei exatamente como vai ser, não sei se vou ficar incomunicável, por exemplo.
Você já foi internado uma vez, mas está com medo deste tratamento, por ser tão forte?
Não tenho medo da morte. Eu só tenho medo de fracassar. São duas semanas intercaladas, essa será a minha primeira. Embarco segunda pela manhã para Marília (SP), onde fica a clínica. A minha mãe vai me acompanhar. A eficácia do tratamento é de 60% a 70%. Em clínica convencional, onde já fui internado, e para mim, não foi eficaz, a média é de 5% a 10%.
Por que você tomou a decisão de ser internado novamente?
Esse é um problema sério que me persegue há anos, que atormenta a mim e a toda minha família. Eu cansei, chegou a hora que preciso parar tudo e cuidar de mim. Todo mundo tem defeitos, e eu só estou tentando melhorar os meus.
Nas redes sociais, você tem recebido muitas mensagens positivas, inclusive de famosos. Como você vê esse carinho do público?
Eu fiquei muito surpreso, sei que tem muita família que está se identificando comigo, gente que gosta de mim, que apoia minha decisão. Eu não fiz isso pra mídia, não quero ser exemplo, não sou exemplo. Só quero mostrar pro mundo que eu sei que é um problema, não é uma diversão. Até os traficantes estão comovidos comigo, eles mandaram mensagens de apoio.
E como está sendo esse apoio dos artistas? Quem já te procurou?
Recebi mensagens da Sabrina Sato, Susana Vieira, Vanessa Giácomo... até a Xuxa me ligou. Eu chorava demais. Ela disse 'você é meu baixinho, estou aqui para o que você precisar, é só me procurar em qualquer momento'. Foi surreal.
Você se acha corajoso?
Não é coragem. Eu cansei de viver uma vida de mentiras, acho feio demais. Precisei encarar meu vício de maneira diferente. A minha carreira foi baseada em revelar a verdade escondida dos famosos. E quando chega a minha vez...eu não podia mentir. Eu pago um preço alto por falar a verdade.
E sobre as críticas, como você lida?
Hoje me considero uma pessoa pública e isso tem um preço alto que não sei até quando eu vou querer pagar. Eu não faço o óbvio na minha profissão. As pessoas estão acostumadas a padrões. Eu sou o louco que fala do problema. Poucas pessoas conseguiriam ser Leo Dias por um dia pelos ataques que eu sofro. E eu não procuro ler muito esses comentários. Se eu sou fraco em relação a droga? Eu sou, mas em relação ao resto eu sou uma rocha.
Como tem sido a reação da sua família ao tratamento?
Se não fosse a minha família ao meu lado, eu teria me perdido muito mais. Minha mãe vai me acompanhar, a minha irmã viabilizou tudo, e meu pai está sempre comigo. Ele traz todos os dias meu almoço, acredita? Meu pai encara tudo de uma maneira diferente, segue os dogmas da Igreja Católica de maneira ferrenha, para ele tudo tem um motivo. Eles são os que mais sofrem, isso é o que eu lamento.
Hoje, o que a droga significa para você?
A cocaína é minha fuga, ela se torna minha melhor companheira. A droga tapou muitos buracos emocionais, quando ela sair da minha vida, porque ela vai sair, os buracos emocionais estarão aí e deverão ser cuidados. Com carinho, afeto e amor. Eu estou rezando para sair bem desse tratamento, mais forte, mais eu!
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