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terça-feira, 26 de março de 2019

O Brasil quer saber

Por Pedro Rogério Moreira, jornalista/Diário do Poder
Na quinta-feira 21 de março, poucas horas após a interceptação espetaculosa do ex-presidente Temer em via pública em São Paulo, como se fugitivo fosse, o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro abria as suas portas à imprensa para explicar os motivos que determinaram o magistrado Bretas a decretar a prisão do político que responde a dez inquéritos. Agiu muito bem o MPF em dar satisfações à sociedade que os paga, e os paga regiamente. A procuradora Fabiana Schneider foi o destaque na reunião. Ela não se esqueceu de passar antes no salão para realçar sua bela figura. No que fez muito bem, pois a pessoa pública, homem ou mulher, que vai aparecer sob os holofotes deve se apresentar na melhor forma que a natureza lhe deu – e quem o diz é este repórter que retocava seus então bastos cabelos antes de aparecer no vídeo nos remotos anos 70 e 80 do século passado, até mesmo se submetendo a um discreto rouge. No entanto, a Dra. Fabiana esqueceu do mais importante: exibir as provas que deram fundamento à prisão.

A sociedade precisa saber de tudo o que diz respeito a um acusado, qualquer que seja, ainda mais um ex-presidente da República sob o escrutínio da Lava Jato. A sociedade exige. É necessário mostrar o pau com que se mata a cobra, aconselha sabiamente o povo sofrido.

Aos fatos: a Dra. Fabiana contou que num dia de outubro de 2018, portanto em plena Presidência Temer, “alguém” tentou fazer um depósito em dinheiro vivo na conta da empresa do coronel denunciado como laranja de Temer. Contou mais: que o depósito era de R$ 20 milhões. E mais: que o gerente da agência bancária recusou o depósito porque o depositante recusou-se a dizer a origem do dinheiro, como determina a legislação. Mais ainda contou a procuradora: que o Coaf, que vigia dinheiro suspeito, ficou sabendo da frustrada maracutaia.

Infelizmente, lamenta aqui o veterano repórter, nenhum jornalista presente à reunião do MPF teve a natural ideia de, incontinenti, dirigir à procuradora as perguntas pertinentes ao gravíssimo fato. É o que faremos. Ora, em primeiro lugar, toda agência bancária tem circuito de câmeras de vídeo. Portanto, é fácil recuperar as imagens para o Brasil conhecer a identidade, pelo menos fisionômica, do ousado e solerte depositante frustrado. Cadê essas imagens? O Brasil quer vê-las. Ponto dois: o montante de vinte milhões de reais, em dinheiro vivo, exigiria um carro-forte para o transporte da valiosa riqueza. Câmeras de rua certamente registraram, ainda mais em se tratando de agência bancária. Qual foi então a transportadora de valores aliada ao crime? O Brasil quer saber. Se o meliante não fez uso daquele meio de transporte, de que modo levou a dinheirama criminosa? Nas mãos? Terceira indagação: se o Coaf foi alertado da tentativa de depósito (pelo gerente?) por que não direcionou imediatamente a Polícia Federal para a agência bancária? E o gerente, por que não o fez?

O Brasil quer saber da sra. Procuradora estes singelos fatos. Se o Brasil não quer, preferindo que as coisas não ditas fiquem por isso mesmo, pelo menos este velho repórter deseja saber e subscreve, muito respeitosamente, à senhora procuradora. Com a palavra, a dra. Fabiana Schneider.

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