Em Israel, Bolsonaro assina acordos e é recebido com pompas por Netanyahu
O presidente Jair Bolsonaro anunciou neste domingo, 31, a criação de um escritório de negócios em Jerusalém. A decisão, segundo o governo brasileiro, significa que a mudança da embaixada de Tel-Aviv foi temporariamente descartada, mas ainda é analisada. A nova representação brasileira não terá caráter diplomático.
Embora tenha sido menos do que Binyamin Netanyahu desejava, o premiê israelense parece ter saído satisfeito. “É um primeiro passo para que a embaixada chegue a Jerusalém”, disse.
Logo cedo, Netanyahu foi ao Aeroporto de Tel-Aviv receber Bolsonaro - nos dez anos em que está à frente do governo israelense, ele só havia repetido esse gesto cinco vezes, para os presidentes americanos Barack Obama e Donald Trump, para os papas Bento e Francisco, e para o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.
À noite, os dois se reuniram no gabinete de Netanyahu, um bunker cercado de seguranças em Jerusalém. A imprensa brasileira teve acesso aos jardins do quartel-general do premiê e esperou até que os dois aparecessem para uma declaração conjunta. Foi uma ação coreografada. Em horário nobre, por volta de 20 horas (14 horas no Brasil), Bolsonaro e Netanyahu apareceram e trocaram amabilidades.
Cortesias
“Sejam bem-vindos a Jerusalém, capital do Estado de Israel”, disse Netanyahu, o primeiro a falar. “Prezado irmão Netanyahu, é uma honra poder voltar a Israel”, respondeu Bolsonaro. Após dez minutos de gentilezas, Bibi deu o verdadeiro tom do encontro. Pediu licença, dispensou a tradutora e deu um recado em hebraico.
Jornalistas israelenses explicaram depois que o discurso sisudo de Netanyahu era um ataque ao general Gantz, seu rival nas urnas, que teria acusado o Mossad (serviço secreto israelense) de vazar informações à imprensa de que seu telefone havia sido grampeado. “Netanyahu usou Bolsonaro como uma plataforma para promover sua campanha em horário nobre”, disse ao Estado Emmanuel Navon, cientista político israelense da Universidade de Tel-Aviv.
Acordos
Bolsonaro e Netanyahu também assinaram cinco acordos de cooperação nas áreas de defesa, serviços aéreos, prevenção e combate ao crime organizado, ciência e tecnologia e um memorando de entendimento sobre segurança cibernética.
Durante a declaração, Bolsonaro e Netanyahu também reiteraram o reconhecimento de ambos os países de Juan Guaidó, autodeclarado presidente interino da Venezuela, como “líder legítimo” do país. Os dois governos se comprometeram em apoiar o povo venezuelano na luta contra o regime de Nicolás Maduro, no poder desde 2013.
O presidente Jair Bolsonaro anunciou neste domingo, 31, a criação de um escritório de negócios em Jerusalém. A decisão, segundo o governo brasileiro, significa que a mudança da embaixada de Tel-Aviv foi temporariamente descartada, mas ainda é analisada. A nova representação brasileira não terá caráter diplomático.
Embora tenha sido menos do que Binyamin Netanyahu desejava, o premiê israelense parece ter saído satisfeito. “É um primeiro passo para que a embaixada chegue a Jerusalém”, disse.
Logo cedo, Netanyahu foi ao Aeroporto de Tel-Aviv receber Bolsonaro - nos dez anos em que está à frente do governo israelense, ele só havia repetido esse gesto cinco vezes, para os presidentes americanos Barack Obama e Donald Trump, para os papas Bento e Francisco, e para o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.
À noite, os dois se reuniram no gabinete de Netanyahu, um bunker cercado de seguranças em Jerusalém. A imprensa brasileira teve acesso aos jardins do quartel-general do premiê e esperou até que os dois aparecessem para uma declaração conjunta. Foi uma ação coreografada. Em horário nobre, por volta de 20 horas (14 horas no Brasil), Bolsonaro e Netanyahu apareceram e trocaram amabilidades.
Cortesias
“Sejam bem-vindos a Jerusalém, capital do Estado de Israel”, disse Netanyahu, o primeiro a falar. “Prezado irmão Netanyahu, é uma honra poder voltar a Israel”, respondeu Bolsonaro. Após dez minutos de gentilezas, Bibi deu o verdadeiro tom do encontro. Pediu licença, dispensou a tradutora e deu um recado em hebraico.
Jornalistas israelenses explicaram depois que o discurso sisudo de Netanyahu era um ataque ao general Gantz, seu rival nas urnas, que teria acusado o Mossad (serviço secreto israelense) de vazar informações à imprensa de que seu telefone havia sido grampeado. “Netanyahu usou Bolsonaro como uma plataforma para promover sua campanha em horário nobre”, disse ao Estado Emmanuel Navon, cientista político israelense da Universidade de Tel-Aviv.
Acordos
Bolsonaro e Netanyahu também assinaram cinco acordos de cooperação nas áreas de defesa, serviços aéreos, prevenção e combate ao crime organizado, ciência e tecnologia e um memorando de entendimento sobre segurança cibernética.
Durante a declaração, Bolsonaro e Netanyahu também reiteraram o reconhecimento de ambos os países de Juan Guaidó, autodeclarado presidente interino da Venezuela, como “líder legítimo” do país. Os dois governos se comprometeram em apoiar o povo venezuelano na luta contra o regime de Nicolás Maduro, no poder desde 2013.
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