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terça-feira, 21 de abril de 2020

GUEDES ESTÁ CERTO
O ministro da Economia, Paulo Guedes declarou, ontem, que preservar o que chama de “sinais vitais” da economia não significa sair do isolamento social agora. Para ele, porém, é preciso programar a saída dessa situação, decretada por governadores e prefeitos para conter o avanço da Covid-19.

— A economia vem com mais força do que está se pensando porque ela já estava começando a se mover. E se nós preservamos os sinais vitais vamos sair. Preservar os sinais vitais da economia não significa sair do isolamento agora. Não significa isso. Significa fazer a coisa programada, fazer direito, fazer no devido tempo — disse Guedes, em transmissão ao vivo de uma instituição financeira.

Guedes disse mais:
— Os sinais vitais ainda estão preservados. A coisa está ficando crítica. Realmente está ficando crítica. Não sabemos quanto tempo segue o isolamento e não sabemos quanto tempo aguenta a economia — disse.

Citando previsões do Ministério da Saúde que apontam que a curva de contaminação começará a cair em julho, questionou:

— A economia aguenta mais dois meses com isolamento? Essa é que a pergunta.

Para o ministro, há duas dimensões: cuidar da saúde e da economia.

— Esse é o ponto futuro (sair do isolamento). Está acontecendo na China, os governos lá fora estão começando a planejar a saída. Nós temos que pensar isso também. São duas dimensões. Tem que pensar as duas dimensões — acrescentou.

Guedes chamou de “advertência” as críticas de Bolsonaro ao isolamento social. Ao comentar pela primeira vez a demissão do ex-ministro da Saúde, Henrique Mandetta, disse que é o presidente que escolhe o ministro, não o contrário.

— A diferença de opinião, se houver e for exacerbada, não é o ministro que escolhe o presidente, é o presidente que escolhe o ministro. Isso em si não significa qualquer desapreço ao aspecto de preservar vidas. E sim que nós temos que preocupar também com a outra dimensão — afirmou.

Guedes disse ainda que alguns setores da economia podem manter um certo distanciamento social, com proteção adequada aos trabalhadores, mas sem propriamente adotar o isolamento social, para que o sistema econômico possa continuar funcionando, com abastecimento de comida e outros serviços essenciais.

O ministro garantiu que não haverá aumento de impostos para pagar o custo da crise, com gastos que se aproximam de R$ 300 bilhões.

— A saída não será por aumento de impostos — afirmou, voltando a defender o avanço das reformas: — A velocidade do escape vai depender das reformas estruturais

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