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domingo, 14 de novembro de 2021

 SANTARÉM DA SAUDADE

Atualmente, os jovens dispõem de variadas opções para se divertir, entre elas as “baladas”, realizadas em lugares apropriados para os agitos dançantes e turbinados pelas trilhas sonoras comandadas pelos DJs.

Na minha época de juventude, em Santarém, para fazer uma festinha bastava o som de uma eletrola tocando os LPs da moda. O local era a sala principal da casa residencial de um dos componentes da “turma”, com piso de madeira, no qual eram espalhadas raspas de estearinas para que os solados dos sapatos escorregassem mais e melhor na hora dos rodopios dançantes. Outra boa pedida nas “jovens tardes de domingo”, eram as festas promovidas pelo saudoso Bezerrão em um salão anexo à sua residência, onde funcionava a Escola São Luiz de Gonzaga, dirigida por sua esposa, a saudosa professora Helena Bezerra. Festas bem populares e concorridas eram as realizadas nas sedes do Sindicato dos Estivadores, do Flamengo, do Veterano, do Fluminense e do Norte Clube, bem como em quermesses nas quadras de esportes dos vários colégios da cidade.

Em certos clubes, a disciplina era rígida em relação ao perfil dos frequentadores que eram cuidadosamente selecionados na porta de entrada pelos seus dirigentes. Certa vez, um presidente de um desses clubes, “pegou corda” ao tomar conhecimento através de um bilhetinho anônimo dando conta de que, na festa que há pouco começara, estaria dançando uma jovem que não era mais “moça”. Imediatamente, mandou parar a música, pegou o microfone e disse: “Convoco as componentes do Departamento Feminino para uma reunião, agora mesmo, na sala da diretoria, para estudarmos a biografia de uma dançarina suspeita de não ser digna de participar desta festa”. Caso fosse considerada verdadeira a denuncia, a coitadinha, discretamente, era convidada a se retirar do recinto puro e imaculado

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