8 ANOS SEM OTÁVIO
Hoje, completam exatamente oito anos que perdi um grande amigo: Otávio José de Siqueira Pereira, um cidadão digno. Ele, eu e o Márlio Cunha, que trabalhávamos juntos na agência local do BASA, criamos e fomos sócios na empresa EMO-Promoções, que na década de 70 promoveu inúmeras apresentações de artistas famosos no Estádio Elinaldo Barbosa, em Santarém. Sou testemunha de que, sozinho, com recursos próprios e de financiamento bancário, Otavio comprou os equipamentos, instalou e fez funcionar a Rádio Guarany FM, mas sem extinguir o seu famoso Serviço de Propaganda Volante Guarany. Pois bem, por ser funcionário do BASA, Otávio optou por registrar a sua rádio, na Junta Comercial, em nome de dois dos seus filhos, o Milson e o Ademir. Ao Milson foi atribuído o comando administrativo e financeiro da rádio e dos demais empreendimentos pertencentes ao Otávio, como a Signus Clube, casa de festas e shows artísticos, e posteriormente também a Televisão Guarany. Tudo corria de forma correta, com resultados satisfatórios, principalmente no âmbito financeiro, mas infelizmente o Milson faleceu. Quem o sucedeu foi o seu irmão Ademir, cujo desempenho à frente da administração do chamado Sistema Guarany de Comunicação, não foi dos melhores, resultando no surgimento de sérios problemas, entre os quais a falta de pagamento em dia de salários dos funcionários da rádio e da televisão. Decorrido não muito tempo dessa mudança de comando, o Ademir também morreu. Daí pra frente, começaram as brigas entre alguns membros das famílias Pereira e das viúvas de Milson e Ademir, objetivando tomar conta, ficar com tudo o que pertencia ao velho Otávio que, já aposentado como bancário e com idade avançada, passou a ser hostilizado, humilhado e até impedido de participar da administração da empresa que era dele, exclusivamente dele, totalmente. Foi ameaçado até de despejo da sua própria casa residencial em cujo terreno de sua propriedade, construiu o prédio onde funcionou por muito tempo a rádio e a televisão. Sofreu muito o meu amigo Otávio, e dele ouvi a confissão do seu arrependimento de, logo após encerrar sua carreira no Basa, não ter providenciado legalmente o registro da empresa Guarany de Comunicação, em seu nome. Isto teria evitado tanta confusão, tantas inimizades, tantos confrontos, inclusive judiciais, no seio da sua família. Isto é um resumo do que ocorreu, infelizmente, e que resultou na decadência de tudo o que Otávio construiu com muita luta, seriedade e muito amor. Que agora você esteja descansando em paz, é o que desejo, meu amigão.
As fotos mostram:
1) Otávio sendo conduzido em um carro alegórico do bloco Caciques da Prainha, que o homenageou no carnaval santareno de 2002. Ao seu lado, um de seus netos, o Otavinho.
2) Otávio, desempenhou com brilhantismo a presidência do seu querido São Francisco Futebol Clube, conquistando grandes vitórias e títulos de Campeão.
3) Ele e eu, sempre bons amigos.
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