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Recentemente, Seu Jorge, cantor famoso, conseguiu registrar o filho caçula com o nome de Samba, mas enfrentou muita dificuldade e o caso foi decidido no âmbito judicial. Sobre a escolha dos nomes dos filhos, leia esta crônica de Tais Luso de Carvalho, em seu blog:
"Pobre dos filhos que são vítimas das homenagens que os pais fazem aos seus ídolos, carregando a tal herança por toda a vida. Mas, como não poderia deixar de ser, isso me levou a pensar na legião de azarados, o calvário que alguns carregam em seus documentos. No entanto, já é possível abolir um nome que traga problemas por sua esquisitice. Mas poucos mudam seus nomes - não é fácil. Além de custar honorários advocatícios, custas judiciais e mais as despesas com o assentamento do novo nome no Cartório de Registro Civil, ainda há o constrangimento em relação aos pais. Bem, aí vem a pergunta que fazemos ao ver umas coisas esdrúxulas pela frente: de onde saiu isso? Por que aparecem por aqui os Jéferson, as Dayanne, as Jennifer, as Franciely, os Michael? Lembro, como contraponto, da turma que adora umas coisinhas fáceis: então aparecem os Odir, os Léo, os Otto, Caio, Eva, Edy ... Os pais destes são econômicos, menos mal. Nesse redemoinho de nomes, começo a lembrar de alguns pais que adoram ler sobre a antiguidade e colocam nos pobres anjinhos a assombração de Sócrates, Anníbal, Cícero, Honório, Homero, Jesus, Rômulo, Mozart... E, ainda encontramos as Semirames, Sibylla, Porsenna. Putz, que coisa medonha. Outros, para dificultar mais a vidinha dos filhos, procuram dois nomes: um para satisfazer a mãe, outro para satisfação do pai e que serão chamados pelos apelidos. Aí surgem as Ana Iracema (Ira), as Maria Antonia (Tônia), as Maria Gioconda (Gio), as Maria Evangelina (Lina), as Ana Jaqueline (Jaque), os Mário Mariano (Mamá)... Também penso na turma dos devotos que não negam homenagens aos seus santos: aparecem, então, as Genoveva, Edwiges, Petronilla, Aurélia, Aparecida, Esperidião, Amâncio, Expedito, Hermenegildo... São mais de 1200 santinhos! E estes santos serão padrinhos/madrinhas, protetores(as) dos anjinhos. E, para fechar o clã dos famosos, trago aquelas coisas estapafúrdias da vida: os Fhilogônio, os Epaminondas, as Brunhilde, os Godofredo, os Simplício, os Setembrino, Natalino, as Divina ... e por aí vai. E mais, muito mais quando entram os nomes compostos, vindos do nome da mãe e do pai: Claudia e Valdernei geram o Clau-der-nei !! Isso fica muito bonitinho... - Vem cá, Claudernei... E a coisa piora quando o Claudernei resolve ter seus filhotes: o Clauberto, o Clauco, a Claurinda, a Clausete e a Claurisbeta. E os amigos passam a chamá-los de Clau; todos!! Fica o clã dos Clau. É lindo. E para fechar com chave de ouro deixo aqui o nominho completo do Imperador Dom Pedro I - respire fundo e vem comigo: Pedro de Alcântara Francisco Antonio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon.""
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