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sábado, 27 de janeiro de 2024

 SANTARÉM DA SAUDADE

Autor: Nicolino Campos (in memoriam)

O progresso, chegou, Santarém!
Com seu porto e suas estradas,
Sua TV, suas velas de regatas,
Sua onda de motores, um vai, outro vem...
Tu gostaste Santarém?!
Foi pra teu bem?!Hein?! Hein?! Hein?!
Responde depressa, Santarém.

E agora Santarém???
Onde estão as canoas de velas belas,
Metidas no muruci,
Onde estão as catraias, os táxis das praias;
Cadê Dona Bibi, que fazia Paumary!
Onde estão as lavadeiras,
Mulheres velhas, meninas brejeiras,
E a roupa lavada, na corda esticada,
E à tarde, a pelada gostosa, comendo na areia.
A Serra Piroca, coitada!
Perdeu seu cume, quase morreu
Decapitada
Duma baita dentada
Que o progresso lhe deu.
E a Vera Paz? Essa mesma, acabou!
E o cais do porto taí
Carreando dinheiro, espantando jaraqui.
Laguinho aterrado, Irurá loteado,
Maria José é proibida!!! Avião tá de saída...

Santarém, e a tua arte como vai?!
Cadê os trabalhos das bonequeiras,
As “caretas”, tantas obras belas, gentis.
Os castiçais,os Santos de madeira,
As custódias, os turíbulos,
E o velho altar da Matriz.
As cuias do Fona, os trabalhos das rendeiras!!!
Como tudo isso desapareceu,
Por que Santarém não tem museu!?
E o trapiche, a Igreja de São Sebastião,
O Teatro Vitória?!
Olha, Santarém! Quem não guarda
Seu passado morre para a história!

Dona Dica! Suas bolsas, seus leques!
Laurimar! Tuas esculturas, pinturas!
Isoca! Teus hinos, tuas valsas, esse tesouro!
João Sena, tuas jóias, quais finas rendas d´ouro.
Paulo Rodrigues, Emir, João Santos,
Ezeriel, Frei Ambrósio, outros tantos...
Sem museu, sem biblioteca, sem cuidados
Onde ficam essas obras de artistas renomados!

Ainda resta: a festa da Conceição,
De São Raimundo, de São Sebastião.
As noites de Serenata na “Aldeia” enluarada.
As fogueiras na praia,
Das turmas em piracaia
E o Amazonas e o Tapajós
Abraçando Santarém, abraçando todos nós,
Lembrando o Padre Poeta Manoel,
Murmuro, pelos olhos escorrendo o coração
- Eu te amo Santarém, meu bem... meu bem..."

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