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segunda-feira, 20 de maio de 2024

VALE A PENA LER

Na Folha de SP:

Pará aposta em Airbnb, vila provisória e cruzeiros para tentar vencer falta de mais de 30 mil quartos para COP30.

Condomínios privados também integram plano da organização para receber conferência do clima da ONU.

Parte dos cerca de 32 mil leitos que, segundo autoridades do Pará, a cidade de Belém precisa providenciar para receber a COP30 (conferência do clima da ONU) deverão ser distribuídos em cruzeiros de luxo, uma vila provisória e aluguéis de Airbnb. Esse é o plano atual do governo do estado para conseguir receber a cúpula das Nações Unidas, que acontecerá no final de 2025. Os gargalos de infraestrutura na cidade geram ceticismo entre diplomatas estrangeiros e até mesmo entre integrantes do governo Lula (PT) sobre a capacidade de Belém sediar o megaevento. No total, o governo do Pará calcula que serão investidos de R$ 4 bilhões a R$ 5 bilhões em obras de infraestrutura para a conferência — como drenagem e melhoria de canais. Cerca de R$ 1 bilhão será custeado com verbas de Itaipu, a fundo perdido, R$ 2,3 bilhões virão de financiamentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e o restante, da gestão estadual.

 

Os organizadores do evento no Brasil calculam que a capital paraense pode receber até 50 mil pessoas. Atualmente, dizem, a cidade tem 18 mil leitos disponíveis. Para os demais necessários, buscam soluções como escolas e prédios antigos a serem adaptados e transformados em hotéis. A capacidade pequena do aeroporto local também é um desafio. "Estaremos aqui prontos, com as soluções peculiares da nossa região, sejam hotéis, sejam navios, sejam áreas que estarão adaptadas para bem receber [os visitantes], mas a certeza é que Belém estará pronta para receber a mais extraordinária experiência de COP já vivida", afirmou o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB)."

 

Como mostrou a Folha, os questionamentos a respeito da capacidade da cidade de Belém para receber o evento fizeram com que o governo Lula colocasse na mesa a possibilidade de fatiar a COP, levando parte das reuniões para o Rio de Janeiro ou para São Paulo. "Não existe qualquer possibilidade de mudança do calendário da COP30. A COP30 será em Belém do Pará, será a COP da floresta", rebateu Barbalho, ao abordar o assunto.


A COP28, de 2023, em Dubai, foi a maior da história em número de pessoas, com cerca de 85 mil credenciados, e registrou um recorde de 154 chefes de Estado. O evento nos Emirados Árabes foi considerado de outra escala, principalmente pela infraestrutura e capacidade logística do local. O patamar não deve se repetir em Belém, mas os organizadores ainda aguardam a conferência do Azerbaijão, a COP29, que acontecerá no final deste ano, para ter uma estimativa mais precisa de números. A expectativa é que a COP neste ano reúna cerca de 60 mil pessoas.


Segundo o governo do Pará, na Cúpula da Amazônia, em 2023, a cidade de Belém recebeu aproximadamente 27 mil . As projeções atuais para a COP de 2025 giram em torno de 140 autoridades do mais alto escalão —chefes de Estado, de governo e outros líderes mundiais. A maior dificuldade será onde hospedar esse público e suas comitivas, que exigem acomodações de categoria A, com maior conforto, luxo e segurança. Uma das principais alternativas é atracar cruzeiros na baía do Guajará, próximo à região das docas, que é um dos centros comerciais da cidade e onde devem ficar instalações com programação do evento, como o Porto Futuro. A organização estima entre 7.000 e 12 mil leitos flutuantes, a depender da quantidade de transatlânticos que companhias privadas mobilizem. A vantagem é que muitas já dispõem de acomodações de luxo. Por outro lado, atualmente o rio Guajará não comporta atracar navios tão grandes. Parte do R$ 1,3 bilhão que a usina de Itaipu destinou à COP30 será usada pelo governo do Pará para aprofundar o leito do rio e permitir que as embarcações ancorem ali.

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