Entre os companheiros, os governos e as organizações criminosas globais adoradas pelo petismo e que abominam a liberdade de expressão, constam políticos parvos como Mahmud Ahmadinejad, o regime provecto da família Castro em Cuba e os narcotraficantes das Farc. Naturalmente que está faltando alguém na lista e você acertou em cheio se pensou no parlapatão de Caracas e grande embusteiro do movimento boliviariano, Hugo Chávez.
Apesar de cometer todo tipo de atrocidade contra a liberdade de imprensa, prender e arrebentar jornalistas, além de empastelar empresas de comunicação, inclusive tratar o direito de opinião como matéria de direito penal, o Chapolin do Orinoco não está entre os 40 mais perniciosos do mundo.
Não há dúvida de que Hugo Chávez é um político desqualificado. De acordo com os critérios dos Repórteres Sem Fronteiras não é páreo para a Máfia Siciliana, os cartéis de traficantes do México ou o mulá Mohammad Omar, líder dos talibans. O pessoal que se sente ofendido de ver o regime de Fidel em tão má companhia, por favor não se apresse em julgar os Repórteres Sem Fronteiras como títeres do capitalismo. Na relação dos 40 maiores predadores o mapeamento foi efetuado com evidente imparcialidade ideológica.
A ONG condena tanto as Forças de Defesa de Israel quanto a ditadura da Síria e a Força de Segurança da Autoridade Palestina. A listagem situa no mesmo patamar de violação da liberdade de imprensa o Grupo Separatista ETA, da Espanha – responsável por uma série de atentados contra jornalistas e veículos de comunicação que não se afinam com suas pretensões terroristas – e o inspetor-geral da Polícia da Nigéria, o conhecido carniceiro da palavra Ogbonna Onovo.
O fato de não constar da lista dos 40 mais, não faz do venezuelano um Dalai Lama da liberdade de expressão. Ao contrário, em outra classificação a organização não-governamental promove um ranking anual de 175 países chamado Índice da Liberdade de Imprensa. Em 2009, a Venezuela ficou em 125º lugar.
O Brasil, para minha surpresa, se encontra na 71ª posição, abaixo de países até recentemente conflagrados e envolvidos em programa de genocídio e limpeza étnica como a Sérvia. Ou um pouco melhor do que a Nicarágua, cujo presidente, Daniel Ortega, é uma marionete de Chávez e na década de 80 comandou o Movimento Sandinista, que nada mais era que uma organização terrorista a serviço de Cuba.
Certamente ainda há no Brasil forte tentação de estabelecer limites à imprensa e o último manifesto institucional neste sentido consta do malsinado Plano Nacional de Direitos Humanos, onde foi previsto mecanismo de controle social da mídia e dos veículos de comunicação. Vale lembrar que os proponentes de tamanho despautério já estão em fase de limpar as gavetas e voltar para casa. É justo criticar a concessão da tutela antecipada de alguns magistrados no que se refere à publicação de reportagens e o caso do Estadão é exemplo negativo, no entanto o comportamento do Supremo Tribunal Federal tem sido indubitável no sentido de garantir a liberdade plena de expressão. Tanto é verdade que removeu da ordem jurídica as normas de exceção que poderiam contaminar de alguma forma a imprensa livre.
O interessante é notar que os mesmos agentes políticos que pretendem criar por aqui freios à liberdade de imprensa reverenciam lá fora os operadores da tirania editorial. Não é de se estranhar que sintam bem na companhia desses maus elementos.
Demóstenes Torres, autor deste artigo é procurador de Justiça e senador (DEM-GO)
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