Uma iniciativa do governo federal de R$ 4,5 bilhões terá forte impacto econômico, energético e ambiental: o programa de incentivo ao sistema do chuveiro híbrido, uma espécie de "flex" que funciona ao mesmo tempo como aquecimento solar e como chuveiro elétrico tradicional.
No total, 2,660 milhões de casas, sobretudo de baixa renda, poderão ter esse sistema a partir do próximo ano até 2014. A economia, caso as metas sejam cumpridas, significaria retirar todo o consumo de Belo Horizonte do sistema elétrico nacional, evitando emissões de gases poluentes em volume equivalente à frota de veículos de Brasília.
No sistema solar tradicional, há um boiler para aquecer a água nos dias sem sol — ou seja, o sistema complementar é o mais caro e mais poluente, muito usado por hotéis e nos EUA, por aquecer grandes quantidades de água em reservatórios. Já o chuveiro híbrido tem uma diferença fundamental: quando não há sol, funciona como chuveiro elétrico — e a água é aquecida em pequenas quantidades, diretamente na hora do uso.
Assim, polui menos e é muito mais econômico, seja na hora de comprar, seja na conta mensal. O uso do sistema "flex" tende a reduzir muito a conta de luz das famílias com impacto maior para os pobres. Para essa população, a conta de luz pesa mais no orçamento — e o chuveiro é, junto com a geladeira, o maior gastador de energia.
A maior frente de ação do governo será em moradias a serem construídas. Os novos dois milhões de casas da segunda fase do programa Minha Casa, Minha Vida terão o sistema, que custará cerca de R$ 1.700 a unidade, incluída no valor a instalação. Só nessa fase serão investidos R$ 3,4 bilhões. (Em O Globo)
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