O chefe da Casa Civil no Estado, Everaldo Martins, informou que o governo do Estado continua a favor do projeto de parceria público-privada - que não foi votado ontem na Câmara Municipal de Belém por falta de quórum -, mas solicitou à prefeitura que, nesse momento, ou retirasse o projeto de pauta, "porque existem problemas para compreendê-lo", ou retirasse da proposta a parte que trata do saneamento. Segundo ele, a solicitação foi feita por questões partidárias.
"Nós dissemos que não é possível mobilizar o voto da bancada do jeito que o projeto está", argumentou. Para ele, o posicionamento não irá prejudicar a coligação entre a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, e o prefeito de Belém, Duciomar Costa, para as eleições de outubro. "Porque isso não foi colocado como ponto de pauta na aliança. É claro que a gente precisa continuar conversando sobre a parceria público-privada que tanto o governo Federal quanto o estadual concordam. O consórcio de Belo Monte é parceria público-privada", observou.
Votação - Ontem os vereadores mais uma vez não conseguiram votar o projeto. Após convocar os vereadores para sessão extraordinária, o prefeito de Belém, Duciomar Costa (PTB), teve os seus planos frustrados pela própria base aliada, que se viu obrigada a retirar o quórum por não ter maioria suficiente para aprovar a proposta. Uma nova sessão extraordinária foi convocada pelo presidente da Casa, Walter Arbage (PTB), para as 9 horas de hoje.
Antes de os vereadores iniciarem os pronunciamentos, membros de sindicatos de servidores públicos municipais, entidades sindicais, partidos políticos e funcionários da Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) - todos contrários à proposta - se mobilizavam do lado de fora da Câmara, com apitos, faixas, cartazes e bandeiras. No mesmo espaço, um carro-som, que, segundo os manifestantes, foi contratado pela prefeitura - abafava o barulho do protesto, tocando em volume alto ritmos como axé e forró.
Bancada estaria voltada a derrubar matéria
Diante da pressão popular e da própria bancada petista, o vereador Otávio Pinheiro, líder do PT na Câmara, informou ontem que o governo do Estado mudou a posição junto aos vereadores. Agora, segundo ele, a bancada estaria orientada a derrubar o projeto. A nova orientação, disse, foi repassada pelo chefe da Casa Civil, Everaldo Martins, em conversa com os vereadores ocorrida na noite do último domingo.
O vereador Adalberto Aguiar (PT) disse que a convocação para a sessão extraordinária de ontem foi uma "tentativa vergonhosa de querer vincular a aprovação do projeto à coligação eleitoral". Isso porque os partidos tinham até as 19 horas para inscrever as chapas. "Acho que a aliança é muito maior que essa proposta que visa prejudicar o povo de Belém", alfinetou Adalberto. (No Amazônia)
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