A Associação Comercial do Pará (ACP) enviará hoje à diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) uma representação pedindo explicações sobre os índices de reajuste de energia autorizados na semana passada para a Celpa (Centrais Elétricas do Pará - Rede Celpa), para reajuste tarifário médio de até 10,8% nas faturas de energia elétrica dos consumidores do Estado do Pará, que entrou em vigor no último sábado. A ACP também pedirá ao Ministério Público Federal (MPF) que interceda contra o reajuste de mais de 10%. A decisão foi tomada em reunião do conselho da ACP.
Segundo o presidente da ACP, Sérgio Bitar, a Aneel tem que explicar à população do Pará porque autorizou um aumento que é o dobro da inflação. Bitar afirma que o pedido ao MPF se justifica porque entre suas atribuições está a de zelar pelo interesse público. "O que nós queremos é que a Aneel demonstre como é que se chega ao reajuste médio de mais de 10% se a inflação é menos da metade. Todos os índices setoriais ficaram abaixo de 5%. Um índice que deveria ser usado para o reajuste seria o IGP-M, da Fundação Getúlio Vargas, que foi um dos menores e ficou na faixa dos 5%. Fica muito difícil aceitar o reajuste de forma pacífica; no mínimo temos que demonstrar a nossa insatisfação, já que a energia elétrica tem um peso muito grande na indústria e para o consumidor residencial", disse.
O presidente da ACP adiantou que, se a resposta da Aneel não for satisfatória, e caso a agência não se proponha a revisar os índices de reajuste, a ACP pode fazer uma interpelação judicial, medida que ainda será estudada.
Bitar disse que as empresas não têm como não repassar o reajuste na conta de energia ao consumidor, pois os custos de produção são inerentes para quem produz. Ele ressaltou que como a energia em alguns municípios ainda é gerada por termoelétricas, o alto custo dessa energia acaba sendo pago por todos os consumidores, mesmo com o Pará exportando energia de Tucuruí e tendo o 3º maior saldo comercial da balança de pagamentos, sem compensação nenhuma para o ICMS da energia produzida no Estado. "Temos que dar um basta. Temos que nos insurgir contra essas questões porque o Pará tem que ter o lugar que merece", disse. (No Amazônia)
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