O ex-governador Simão Jatene (PSDB) encerrou, ontem, o ciclo de entrevistas ao vivo com os candidatos ao governo do Estado no Jornal Liberal 1ª edição. Ele rebateu críticas dos adversários à administração tucana, como a de que a violência era ainda maior quanto esteve à frente do Executivo.
Jatene citou a experiência de governar o Estado depois de uma disputa com a então candidata Maria do Carmo (PT) – o tucano foi governador do Pará no período de 2003 a 2006. Derrotada, a petista se tornou prefeita de Santarém e obteve apoio do governo tucano para investir no município, sustentou. "Valorizamos a democracia. Disputei com a Maria do Carmo. Ela se elegeu prefeita de Santarém e tratei Santarém como trataria qualquer prefeitura. O Pará é maior que qualquer partido. Espero que tenham comigo o mesmo comportamento", destacou.
Ele rebateu as críticas de que seu governo teria deixado a segurança de lado e aproveitou para atacar os atuais detentores do mandato. "O governo atual não tem compromisso com a verdade", disse, sobre a acusação petista de que a polícia foi sucateada, com compartilhamento de coletes e efetivo deficitário por falta de concurso público.
Jatene sustentou que contratou quase dois mil policiais e promoveu cerca de mil cabos e soldados, uma forma de valorizar os servidores. As provas disso, frisou, estão em edições do Diário Oficial do Estado (DOE) publicadas à época.
Segundo o candidato, os índices de criminalidade cresceram na administração da atual governadora, Ana Júlia Carepa. "Todos os crimes cresceram, em média, 50% todos os anos (referindo-se ao período posterior a 2006)", rebateu, acrescentando que as ruas mostram o contrário da campanha institucional que fala em redução da violência.
O candidato disse que, na sua administração, começou a desenvolver programas de combate à violência por meio do incentivo à cultura de paz. O Pró-Paz, carro chefe dessa proposta, é mais uma vez destaque no programa de governo do tucano.
Para Jatene, a repressão, inclusive com ocupação efetiva de algumas áreas pela polícia, é necessária, assim como a prevenção. Nesse aspecto, afirma ser preciso desenvolver ações que tratem de problemas geradores da violência, como os domésticos. "Precisamos ter o braço forte, armado, do Estado, mas precisamos recuperar princípios morais", destacou.
Críticas sobre acelerador são rebatidas
Simão Jatene falou sobre as críticas por ter concluído a sua administração sem instalar o acelerador linear no Hospital Ofir Loyola (HOL). O equipamento que permite tratar o câncer ficou encaixotado. Ele disse ter comprado três aparelhos de tratamento de câncer e articulado uma parceria com o Hospital Universitário João de Barros Barreto, para que o serviço fosse prestado também naquela unidade hospitalar da capital.
Segundo o candidato, a medida atendeu à estratégia de não desativar o aparelho em uso antes que os outros fossem instalados para evitar a situação vivenciada ano passado, quando pacientes foram encaminhados para o Estado do Maranhão por causa da suspensão do serviço no HOL. Ainda respondendo sobre as críticas à administração tucana, Jatene falou sobre os investimentos concentrados em obras caras na capital, como a Estação das Docas, o Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia e o Mangal das Garças. Jatene disse que os investimentos obedeceram a uma estratégia de desenvolvimento do Estado a partir da valorização do turismo, da verticalização da produção mineral, do crescimento do agronegócio e da agricultura familiar.
As obras na capital, de acordo com ele, eram necessárias, pois "tiveram significância importante de recuperar a nossa auto-estima". Quanto a se priorizar obras voltadas para a elite, Jatene rebateu que quem fazia essas críticas hoje utiliza os espaços como o Hangar. Por isso, desafiou quem, atualmente, tenha críticas à função do local utilizado para feiras e eventos.
Previsão é de ampliação do "Cheque moradia"
O candidato Simão Jatene considerou a situação habitacional do Pará grave e defendeu que a solução não pode ser a convencional, somente de construção de imóveis. Por isso, defendeu a ampliação do programa "Cheque moradia", criado em sua administração. Jatene observou que o programa foi classificado como derrotado, mas acabou ajudando a atender famílias com rendimento mensal entre dois e três salários mínimos. Para o candidato, o programa é necessário porque os problemas de habitação também envolvem imóveis inadequados.
Com o cheque, explicou o tucano, famílias que viviam apertadas em um imóvel puderam construir cômodos que permitiram melhorar o nível de conforto. Os últimos segundos da entrevista foram utilizados pelo candidato para agradecer a população pelo desempenho na última pesquisa que o colocou à frente da disputa. "Vocês é que têm feito nossa campanha", concluiu.
(Fonte: Amazônia)
Nenhum comentário:
Postar um comentário