Por ordem do Superior Tribunal de Justiça, a Polícia Federal libertou na noite deste sábado, 18, o governador do Amapá, Pedro Paulo Dias (PP), o ex-governador Waldez Góes (PDT) e mais duas pessoas que cumpriam prisão temporária por envolvimento no esquema de desvio público e fraudes em licitações, desmantelado no Estado pela Operação Mãos Limpas.
Dias, que é candidato à reeleição e Góes, que disputa uma vaga no Senado, retomam a campanha, após dez dias presos.
O ministro João Otávio Noronha, que preside a investigação, decidiu, porém, transformar a prisão de outros dois em preventiva, com duração de 30 dias, por entender que, soltos, eles poderiam apagar provas e obstruir as investigações. São eles o secretário de Segurança do Amapá, Aldo Alves Ferreira, e o presidente do Tribunal de Contas do Estado, José Júlio de Miranda Coelho, agora deverão ficar presos por mais 30 dias. Mandou ainda prender outros dois que estavam soltos e determinou mais nove buscas e apreensões de documentos no estado.
Desencadeada no último dia 10, a operação prendeu 18 pessoas, acusadas de integrar um esquema de desvio de dinheiro público em escala sem precedentes no País.
Eles foram indiciados nos crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro, ocultação de bens, tráfico de influência, fraude em licitações públicas e formação de quadrilha.
A PF estima que a quadrilha desviou em pouco mais de um ano cerca de R$ 300 milhões, de um total de R$ 800 milhões enviados pela União ao Amapá de 2009 a 2010.
Novas prisões
A Polícia Federal prendeu ontem (18) em Macapá, o chefe do serviço de inteligência do governo do Amapá, Jozildo Moura Santos, e o ex-secretário de Planejamento Armando Ferreira Amaral Filho.
Moura é acusado de ameaçar testemunhas das fraudes investigadas na Operação Mãos Limpas. Amaral Filho, ex-secretário do ex-governador Waldez Góes (PDT), é suspeito de esconder provas e, com isso, obstruir a ação da Justiça.
As prisões foram decretadas pelo ministro João Otávio Noronha, do Superior Tribunal de Justiça.
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