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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Clube do Remo: "É o Aurá ou nada!"

A juíza Ida Selene Braga, titular da 13ª Vara do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 8ª Região, colocou um ponto final nas especulações a respeito de uma possível reviravolta na negociação de venda do Baenão. Na tarde de ontem, durante reunião com membros da diretoria e do Conselho Deliberativo do Remo, além de executivos das empresas Agre e Leal Moreira, a magistrada foi categórica ao afirmar que a venda do estádio azulino está fechada e que a Arena do Leão, bem como o CT do time profissional e o Centro de Formação de Atletas (CFA) serão mesmo construídos no terreno do bairro do Aurá, hoje rebatizado de Anita Gerosa, em Ananindeua.

"A venda do Baenão já foi deferida pela Justiça. Portanto, eu a considero fechada. O local do novo estádio e centro de treinamento do Remo também está definido. Será mesmo no Aurá. Todos os prazos expiraram e não há mais tempo para apresentação de outras propostas e nem de terrenos alternativos", sentenciou a juíza, que só aguarda pela reunião do próximo dia 21 para homologar de forma oficial a transação. Na ocasião, as empresas compradoras efetuarão o pagamento da primeira parcela dos R$ 33,2 mihões pelos quais o Baenão foi arrematado e apresentarão o memorial descritivo da obra - documento que contém os detalhes técnicos e o orçamento da construção.

"Como a construtora precisa conhecer o terreno escolhido para entregar o memorial descritivo no próximo dia 21, não há mais tempo para mudanças de local. Então, é o Aurá ou nada", definiu Ida Selene. "Portanto, a única coisa que ainda pode ser discutida é a forma de pagamento e a possibilidade de incluir no projeto algumas melhorias em outros imóveis do clube, como a sede social, o ginásio (Serra Freire) e até a compra de um ônibus personalizado para o clube", acrescentou.

A magistrada também aproveitou a ocasião para criticar o comportamento de parte dos conselheiros do clube, que tentam a todo o momento criar obstáculos para a conclusão do negócio. "Espero que agora os conselheiros do Remo se convençam de que esta é a melhor saída para o clube e deixem de perder tempo com brigas internas e tentativas de protelar a homologação da venda. Torço para que eles passem a se organizar em torno da ideia de conseguir ainda mais benefícios para o clube", declarou.

A juíza disse não estar preocupada com possíveis contestações da legalidade da transação. Segundo ela, todo o processo respeitou a legislação vigente no país. "Tudo foi feito de forma legal e totalmente transparente. Qualquer pessoa interessada pode atestar isso ao ler os autos do processo. E eles estão disponíveis para todos que queiram analisá-los", garantiu.

Apesar disso, a magistrada tem consciência de que conselheiros e sócios que fazem oposição à negociação tentarão embargar a transação através de medidas judiciais, como uma ação anulatória ou embargos de terceiro e arrematação. "Recorrer de uma decisão judicial é um direito de todo cidadão brasileiro. Por isso, aguardamos as tentativas de embargo com total tranquilidade. O que vamos fazer é analisar os pedidos um a um para verificar se eles têm procedência, se serão feitos dentro do prazo legal e se terão como autores partes legítimas do processo", esclareceu Ida Selene.

A juíza também fez questão de assegurar a "blindagem" do dinheiro envolvido na negociação e garantiu que o Remo só terá que engregar as chaves do Baenão às empresas compradoras quando o novo estádio do clube estiver 100% pronto. "Estas são garantias que constarão no contrato e que serão fiscalizadas pela Justiça." (No Amazõnia)

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