A reapresentação do elenco do Paysandu, ontem à tarde, foi breve. Consistiu de uma conversa rápida entre os jogadores e o presidente Luiz Omar Pinheiro. O cenário não poderia ser dos mais deprimentes. Os semblantes pesados combinavam perfeitamente com a Curuzu, 48 horas depois do jogo de domingo, ainda com cara de ressaca, com todo o lixo ainda por recolher. Depois de uma cobrança e explicação de como ficará o clube até o final do ano, os atletas foram liberados. A partir de hoje um grupo de quatro por período, no máximo, vai acertar como ficará, se renovará o contrato ou irá embora.
"Tem uma lista dos atletas que não ficarão. A partir de amanhã (hoje) quatro jogadores serão chamados de manhã e mais quatro à tarde. A partir do momento em que houver acerto todos saberão", confirmou Pinheiro.
O presidente mostrou-se especialmente decepcionado com o caráter das conversas que foram travadas na semana que antecedeu ao segundo jogo com o Salgueiro-PE. Segundo ele, em todos os momentos o teor das palavras foram apenas sobre as premiações. Ele revelou que na véspera da decisão um jogador disse a ele que a premiação de metade da renda líquida era insuficiente, o que o deixou preocupado para o domingo. Pinheiro não declinou o nome do jogador.
"Ontem disse a eles que esse elenco só visava dinheiro. Toda conversa era dinheiro. No sábado, um dia antes do jogo, fui surpreendido às 11 horas com um comentário que 50% da renda líquida como premiação era muito pouco. Respondi que a premiação não era a obrigação do clube e sim os salários. Prefiro não falar quem foi esse jogador, apenas no futuro."
Luiz Omar, visivelmente abalado e emocionado com a perda do acesso para a Série B de 2011, alternava momentos de serenidade com outros de extrema mágoa com o elenco. "Vinte minutos o Lecheva (auxiliar técnico) mostrou aos jogadores os quadros que mostram as grandes conquistas do Paysandu, e que eles estavam há menos de uma hora e meia de constar nessa galeria. Mas o que vimos dentro de campo é eles optaram por fazer parte de uma galeria negra da história do clube. A foto deles terá uma tarja preta no meio. Foi a maior vergonha que nosso clube já passou." (No Amazônia)
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