O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Cezar Peluso, solicitou ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, "imediatas providências para rigorosa apuração" sobre a tentativa do ex-candidato Joaquim Roriz (PSC) de contratar o genro do ministro Carlos Ayres Britto com o intuito de deixá-lo impedido de julgar seu caso.
A negociação foi registrada em vídeo gravado pelo próprio Roriz. As imagens mostram o ex-governador se dizendo disposto a pagar pelo serviço que o advogado Adriano Borges Silva pretendia vender por R$ 4,5 milhões.
A negociação garantiria vitória do ex-governador no Supremo contra a Lei da Ficha Limpa. Borges é marido e sócio de Adrielle Ayres Britto, filha do ministro, também citada na negociação.
O ministro nega participação e diz que, quando soube da tentativa de contratação, orientou o genro a "pular fora" porque era uma manobra de Roriz.
O pedido do STF para apuração foi feito por requerimento a pedido do próprio ministro Ayres Britto. Também nesta sexta, o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, determinou a investigação do caso.
A OAB quer saber se os advogados incidiram em conduta incompatível com o exercício ético da advocacia. O caso será apurado pelo Tribunal de Ética e Disciplina da Seccional da OAB do DF.
O presidente nacional da OAB manifestou solidariedade a Ayres Britto. Segundo ele, Britto é "um dos maiores defensores da aplicação da Lei da Ficha Limpa nas eleições deste ano" .
- Pela forma como tem se posicionado ao longo de sua trajetória no Judiciário, estou convencido que o ministro Ayres Britto não teve conhecimento das negociações - diz o presidente da OAB. (Em O Globo)
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