Desde 10 de outubro do ano passado, quando Hernandes Nazareno Gonçalves Ribeiro, de 32 anos, teve o braço fraturado e parte da orelha amputada ao ser atropelado por uma Kombi, a dona de casa Maridalva Ribeiro tem vivido uma peregrinação em busca de uma operação para o filho.
Segundo ela, assim que sofreu o acidente, Hernandes foi encaminhado para o Pronto-Socorro Municipal da 14 de Março. "Fizeram um enxerto na orelha dele, mas no braço só amarraram uma tipóia e liberaram. O médico ortopedista nem deu atenção para a gente, e disse que eu deveria ir para a URE (Unidade de Referência Especializada) da Pedreira, para ser encaminhada para a URE da Doca, onde poderiam indicar um médico para operar meu filho", disse.
Oito dias após o acidente Maridalva enfrentou uma fila para pegar uma senha e ser atendida na URE Doca, onde são realizados os diagnósticos e encaminhamentos de traumatologia e ortopedia. "Fui de madrugada para pegar uma ficha, e na URE fizeram um raio-x do braço do meu filho, e depois me mandaram para a Clínica dos Acidentados. Na clínica, me disseram que não poderiam operar meu filho porque era um caso muito complicado", afirmou.
A dona de casa retornou à Unidade da Doca e foi encaminhada para outro hospital, o a Beneficente Portuguesa. "Lá também não puderam operar o braço do meu filho, e de novo, me mandaram voltar para a URE da Doca", reclamou.
A preocupação de Maridalva é com os constantes ataques de epilepsia que o filho sofre. "O Hernandes tem epilepsia desde os 13 anos, e como até hoje ele está com a tipóia, quando ele tem ataques acaba batendo ainda mais o braço. que está quebrado e inchado".
No Hospital das Clínicas Gaspar Vianna, onde Hernandes recebe os medicamentos para os ataques epiléticos, a dona de casa foi orientada a procurar o Ministério Público Estadual (MPE) para que tivesse garantido o direito de operar o braço do filho. "Fui no Ministério e me disseram que eu deveria ir até a URE para saber por que ninguém operava meu filho", ressaltou.
Quase dois meses após o atropelamento, voltou à URE Doca. "A assistente social da URE disse que não tinha médicos para fazer a operação do meu filho porque eles estavam com os salários atrasados", revelou.
Sesma - Em nota, a assessoria da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) informou que o paciente foi avaliado pelo setor de Clinica Médica e Traumatologia do Hospital, onde foi submetido a exames, recebeu medicação e foi internado. Ele passou ainda por um procedimento cirúrgico de enxerto na orelha lesionada.
Como o paciente tinha uma fratura no braço, ele foi internado para estabilizar a lesão, para que posteriormente ele fosse submetido a uma cirurgia especializada para restaurar a fratura. Como esta cirurgia não é perfil dos procedimentos realizados no PSM Mário Pinotti, ele foi encaminhado para dar continuidade ao seu tratamento em outro hospital.
Já a assessoria da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) informou, em nota, que "a diretoria operacional da Sespa, inclusive, entrará em contato com a mãe do paciente para apurar os fatos". (No Amazônia)
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