Pressionado por oito dias seguidos de protestos, o presidente egípcio, Hosni Mubarak, anunciou nesta terça-feira que deixará o poder após as eleições, inicialmente marcadas para setembro. Ele ainda prometeu reformas constitucionais para antes do pleito e, apesar das manifestações, disse que "morrerá" no Egito. - Eu já passei tempo demais servindo o Egito. Minha primeira responsabilidade agora é restaurar a segurança da nação, para conseguir uma transição pacífica para o poder - afirmou o ditador. - Este é meu país, é aqui onde eu moro. Eu lutei e defendi esta terra, sua soberania e seus interesses. Eu vou morrer nesta terra.
Ainda não se sabe se o anúncio de Mubarak, de 82 anos, será suficiente para pôr fim aos maiores protestos dos seus 30 anos de governo. Mas no centro do Cairo, a multidão reagiu com indignação ao discurso do ditador. Da mesma forma que os líderes da oposição, os manifestantes prometiam só encerrar os protestos quando ele sair da Presidência.
Família foge para Londres
Enquanto Hosni Mubarak procurava acalmar os milhares de manifestantes que continuavam tomando as ruas do Egito no sábado, um jato particular levando pessoas ligadas ao presidente - além de 97 malas e caixas - deixava o Cairo e seguia para Londres. A bordo da aeronave estava a primeira-dama, Suzanne, de 69 anos.
Ela saía do país para encontrar seus dois filhos, Gamal e Alaa, de 47 e 49 anos, e uma neta. Todos haviam chegado à capital britânica no segundo dia de protestos.
Mubarak e a mulher são donos de uma mansão de seis andares e cinco quartos, avaliada em 8,5 milhões de libras esterlinas (cerca de R$ 23 milhões), em Londres. A residência do casal fica a poucos metros da famosa loja Harrods, no luxuoso bairro londrino de Knightsbridge. (Fonte: O Globo - Fotos: AFP)
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