Consultas ou cirurgias agendadas pelos planos de saúde para 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, serão prejudicadas pela paralisação programada por cerca de 100 mil médicos de todo o Brasil, cerca de 4 mil só no Pará. Eles exigem reajuste dos honorários às operadoras e contratos com previsão de aumentos periódicos. Apenas os serviços de urgência e emergência funcionarão nesse dia.
O protesto foi decidido no último dia 18 pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Associação Médica Brasileira (AMB) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). O objetivo é pressionar pelo reajuste com base na Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), tabela com valores de honorários das entidades médicas que não é seguida pelas operadoras de planos de saúde.
Os médicos querem elevar para R$ 100 o preço da consulta, que hoje é paga a R$ 45 - do qual se subtrai ainda R$ 20 como custo operacional unitário.
"Muitos médicos não querem mais atender planos de saúde. Não se sentem motivados a assumir os riscos de uma cirurgia, por exemplo", diz Florisval Meinão, coordenador da Comissão de Consolidação e Defesa da CBHPM, da Associação Médica Brasileira. Segundo ele, o reajuste dos honorários concedido por alguns planos de saúde foi 40% inferior à inflação acumulada nos últimos anos.
O médico Márcio Bichara, secretário de saúde suplementar da Fenam, disse que nos últimos 10 anos os usuários pagaram reajustes consideráveis nas mensalidades de seus planos, mas os honorários médicos não foram reajustados na mesma proporção. "Há mais de um ano, as negociações com as operadoras não andam", observa.
Ele explica que a mobilização de 7 de abril mostrará aos usuários a insatisfação da categoria. Se o protesto não surtir efeito, a perspectiva é o descredenciamento de médicos cooperados aos planos. Diretor do Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa), João Gouveia diz que os médicos paraenses que atendem planos de saúde vão aderir ao movimento de abril.
Quanto as reivindicações dos médicos, a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), representante das operadoras de planos de saúde, com sede no Rio de Janeiro, disse em nota que tem buscado aprimorar o relacionamento com os médicos e que os reajustes dos médicos nos últimos anos superaram a inflação. Segundo a Federação, na medicina de grupo, de 2006 a 2009, houve um aumento de 33,9% no valor pago pelas operadoras pelas consultas médicas, e entre as seguradoras este valor foi de 38,6% - enquanto a inflação do período foi de 19%. (No Amazônia)
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