Segundo o engenheiro, nos próximos dias a equipe da Universidade deve retirar concreto e ferragens do local para serem analisados em laboratório. Os exames devem atestar a qualidade do material utilizado na edificação do prédio e também se as quantidades de areia, cimento e brita do concreto obedeciam às normas brasileiras. "O que queremos é saber realmente o que aconteceu. Não podemos deixar que isso se repita, e a única maneira de evitar outra tragédia como essa é saber realmente as causas desse acidente", explicou o presidente do Crea, que forma juntamente com o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agricultura (Confea), a Faculdade de Engenharia do Instituto de Tecnologia (ITEC) da UFPA e o Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscom), a comissão responsável pela elaboração de um laudo paralelo para as causas do desabamento do Real Class. "Acredito que as duas perícias devem chegar ao mesmo resultado, talvez com pequenas diferenças, já que são equipes distintas", comentou Viana, que pediu a conclusão do laudo em até 60 dias.
O trabalho da equipe da comissão vai ocorrer paralelamente ao dos peritos do Instituto de Criminalística, que estão no local há mais tempo. Ontem de manhã, Benedito Cardoso, da equipe do CPC, informou que o trabalho da perícia ainda se encontra prejudicado pela grande quantidade de entulhos na área da edificação. "Por enquanto a prioridade ainda é a limpeza da área mais próxima ao edifício Blumenau, até mesmo para que as pessoas possam voltar para as suas casas. Só depois é que as máquinas devem se voltar para o local específico da construção e, então, teremos mais chances de chegar aos pilares do prédio". Até a manhã de ontem nenhum dos pilares do Real Class tinham sido localizados pelos peritos.
Buscar normalidade é a meta imediata: rua está desbloqueada
A partir desta manhã a Defesa Civil espera que a vida dos moradores da travessa 3 de Maio, no trecho onde ocorreu o acidente, comece a retomar a normalidade. A primeira medida, segundo Augusto Lima, coordenador adjunto da Defesa Civil Estadual, era a liberação da rua, interditada desde o sábado, 29, quando aconteceu a tragédia. "Essa é a primeira providência a ser tomada, já que é uma área de comércios e muitas pessoas estão reclamando dos prejuízos. Com a liberação da rua a gente diminui, pelo menos, esse impacto socioeconômico", acredita. A liberação dependia apenas da limpeza da via, que foi realizada ontem por equipes da Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) e Corpo de Bombeiros. Em seguida, foi liberada. (No Amazônia)
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