Mônica Pinto, a ex-chefe da Divisão de Pessoal da Assembléia Legislativa do Pará (Alepa) e principal fonte de informações do MPE, desistiu de ser incluída no Programa de Proteção a Testemunhas (Provita) devido ao rigor do serviço. "Ela teria que mudar de residência e passar a viver em local definido pelo Provita, não poderia mais se expor e nem dar entrevista, teria que manter uma vida de reclusão e cumprir regras rígidas definidas pelo programa", explicou o promotor Aldir Viana. Ela esteve no MP conversando sobre o assunto com o promotor Alcenildo Ribeiro, que é vice-presidente do conselho deliberativo do Provita no Pará.
Mônica Pinto é considerada uma depoente especial, pois está colaborando com as investigações e, por isso, poderia ser beneficiada pelo programa. Viana garantiu que mecanismos convencionais de proteção estão sendo analisados, como escolta armada.- "Ela se sente ameaçada, mas não diz quem a ameaçou, não há comprovação", disse o promotor. O advogado de defesa de Mônica também não confirma se ela já sofreu alguma ameaça. Já o depoimento de Mônica na Divisão de Investigações e Operações Especiais (Dioe) ainda não tem data para acontecer.
Governador Jatene apoia a instalação de uma CPI do legislativo
O governador Simão Jatene afirmou ontem pela manhã, durante a visita às obras da Santa Casa, que apoia a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as irregularidades na Assembleia Legislativa do Pará. Ele disse que se fosse deputado assinaria a abertura da CPI, mas deixou claro que não fará articulação política para que a bancada do PSDB assine o requerimento. Na Alepa, os cinco deputados do partido do governador, o PSDB, não assinam a comissão, que foi proposta pelo deputado Edmilson Rodrigues (PSOL). Apenas os oito deputados do PT assinaram e o deputado João Salame (PPS) ficou de assinar, mas ainda não cumpriu. Contando com ele, ainda faltam quatro assinaturas para viabilizar a CPI. Ontem, o senador Mário Couto, outra liderança peessedebista, também defendeu a instalação da CPI.
"Qualquer onda de corrupção, seja onde for, deve entristecer as pessoas", justificou o governador Simão Jatene. A expectativa dele é que os fatos sejam apurados e os responsáveis punidos. "Eu acho que esse é o desejo, não é só do governador. Acho que é o desejo de todo o paraense e de todo o cidadão brasileiro. Sem dúvida alguma, esse tipo de coisa só faz desqualificar a política e os políticos", opinou. "Espero que as coisas sejam apuradas. Espero que os culpados sejam punidos e que isso não termine contribuindo para que a sociedade mais uma vez tenha elementos para dizer que todo mundo é igual. Não é todo mundo igual. É importante que se tenha isso muito claro", afirmou o governador.
Jatene disse ainda que respeita a autonomia dos poderes Legislativo e Judiciário. "Acho que eles (deputados) têm mais elementos para decidir sobre isso. Agora se me perguntassem, eu assinaria", garantiu. (No Amazônia)
Nenhum comentário:
Postar um comentário