O ex-presidente da Assembleia Legislativa do Pará, Domingos Juvenil (PMDB), o ex-deputado Robson do Nascimento, o Robgol (PTB), e o superintendente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Sérgio Duboc (PSDB), que foi diretor financeiro da Alepa, serão chamados a depor, a partir da semana que vem, na investigação das fraudes na folha de pagamento da Casa, conforme anunciou o Ministério Público do Estado.
O ex-jogador do Paysandu terá que explicar os R$ 500 mil em espécie e R$ 40 mil em vales-alimentação da Assembleia encontrados em sua residência anteontem, na operação realizada pelo MP e pelas as Polícias Civil e Militar. No mesmo dia, o gabinete de Duboc, no Detran, foi revistado. O governo do Estado não se manifestou sobre o caso do superintendente. A operação levou à prisão de quatro servidores e ao cumprimento de mandados de busca e apreensão em 12 endereços, incluindo a sede do Legislativo.
Segundo o promotor de Justiça do Grupo Especial de Prevenção e Repressão a Organizações Criminosas (Gproc), Milton Menezes, as investigações deverão ser concluídas entre 15 e 20 dias. Nesse período, serão analisados os documentos apreendidos e colhidos o total de 12 depoimentos. "Primeiro estão sendo ouvidas as pessoas que tiveram a prisão temporária decretada, depois as pessoas que estão soltas serão chamadas no decorrer da semana que vem, ainda vamos marcar as datas", disse. Ao final da apuração, será oferecida denúncia à Justiça.
Prestaram depoimento ontem o diretor do Centro de Processamento de Dados da Alepa, Jorge Moisés Caddah, durante toda a manhã e o meio da tarde, e em seguida, Daura Irene Xavier Hage, que, segundo o MP, trabalhou no gabinete do então deputado estadual, hoje secretário de Estado de Trabalho, Emprego e Renda, Júnior Hage (PR), e estava atualmente lotada no Departamento Pessoal da Casa de Leis. Os depoimentos foram conduzidos pelo promotor de Justiça da Promotoria Criminal, Arnaldo Azevedo, e pelo chefe da Divisão de Investigação e Operações Especiais (Dioe), delegado Rogério Moraes, na sala do Gproc, no quarto andar do MPE.
Na véspera, foi colhido o depoimento apenas de Semmel Charone Palmeira, que chefiou a Casa Civil da Presidência da Alepa na gestão de Juvenil. A última detida, Euzilene Maria Lima Araújo, que já estava com a prisão decretada, se apresentou no final da tarde de anteontem. Ela manteve o posicionamento de só falar em juízo. Semmel, Daura e Euzilene estão presas no Quartel do Corpo de Bombeiros e Caddah, no Batalhão Ambiental da Polícia Militar. A prisão preventiva foi decretada pelo juiz Flávio Sanchez, da 1ª Vara de Inquéritos Policiais, sendo válida por cinco dias, podendo ser prorrogada por igual período. Ao todo, oito promotores de Justiça trabalham no caso.
Nota - O governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Comunicação (Secom), emitiu nota destacando que Daura Hage é servidora efetiva do Legislativo há mais de 20 anos e que ela "não tem parentesco direto com o secretário Júnior Hage". (No Amazônia)
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