Tiros encerram sonhos de estudantes e famílias

O massacre que fez o País chorar ontem foi ainda mais cruel para 12 famílias, que se desesperaram ao ver a vida de seus filhos interrompida. Entre os estudantes mortos, dez eram meninas com idades entre 12 e 15 anos. Nove chegaram mortos ao hospital. Dos outros 12 feridos, nove eram garotos. Parentes doaram as córneas de quatro jovens mortos.

Luíza Paula da Silveira, 14 anos, era fã de Ivete Sangalo. Sonhava seguir os passos da cantora. Karine Lorraine Chagas de Oliveira, 14, era atleta da Escola Militar, em Sulacap. Chegou a ser socorrida, mas não resistiu às lesões e morreu a caminho do hospital. A tia, Ana Paula Sampaio, se desesperou e, por telefone, deu a notícia a parentes: “A nossa Karine morreu. Entrou um homem na escola e atirou na cabeça dela”.

Vaidosa e estudiosa, Mariana Rocha de Souza, 12, tinha planos de ser modelo, mas baleada na sala de aula, não viveu para realizar o seu desejo. O irmão de 9 anos contou que durante os tiros sua professora mandou todos se abaixarem. Depois, correu à procura da irmã, mas a encontrou agonizante na ambulância.

Alvo eram meninas bonitas

O alvo do atirador eram, principalmente, as adolescentes, que levaram tiros na cabeça e face. Uma sobrevivente comentou que ele escolhia as mais bonitas. Matou também Milena dos Santos Nascimento, 14, Samira Pires Ribeiro, 13, Laryssa Silva Martins, 13, Ana Carolina Pacheco da Silva, 13. Dos garotos, morreram Rafael Pereira da Silva, 14, e Igor Moraes, 13. Prima de Géssica Guedes Pereira, 15 anos, também assassinada, Camila Lopes, 21 anos, ficou em estado de choque.

Brenda é operada. Bianca não resiste

As irmãs gêmeas Bianca e Brenda Rocha Tavares, 13 anos, sempre eram vistas juntas. Agora, a tragédia as separou. As duas foram atingidas pelos disparos do atirador, mas apenas Brenda resistiu aos ferimentos. Ela foi alvejada no braço e passou por cirurgia no Instituto de Traumato Ortopedia (Into), no Centro, onde se recupera.
Já Bianca foi atingida na cabeça e morreu a caminho do Hospital Estadual Albert Schweitzer, em Realengo. As irmãs moravam com a família na Taquara e haviam se mudado para Realengo há quatro meses. Outra aluna morta, Larissa dos Santos Atanásio, 15 anos, se perdeu das colegas no momento do tiroteio. “Todo mundo correu para o auditório, mas eu não a encontrei”, conta Pâmela Nunes, 13 anos, uma de suas melhores amigas. (O Dia Online)