O governador do Pará, Simão Jatene (PSDB), disse que não manifestará sua posição sobre a divisão do Pará até o dia do plebiscito, marcado para 11 de dezembro. "Seja qual for o resultado do plebiscito, nós teremos o dia seguinte. E é com isso que eu me preocupo. As pessoas valorizam o plebiscito em si, o ato da decisão, da escolha, mas, como governador, tenho de estar atento com o dia seguinte porque, seja qual for o resultado, não posso ter a ingenuidade de imaginar que não haverá pessoas descontentes. E o Estado é quem terá de administrar isso", afirmou.
A declaração de Jatene foi dada ontem, quando se reuniu com o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Ricardo Nunes, para tratar sobre o plebiscito. Além de garantir que haverá reforço no contingente policial que fará a segurança durante a consulta plebiscitária, ficou acertado que os dois Poderes farão campanhas institucionais conjuntas de orientação ao eleitor.
Para Jatene é fundamental que a população tenha clareza do que vai escolher e suas consequências. "Só será um processo democrático se todos souberem sobre o que estão decidindo", afirmou. O governador disse que está acompanhando todos os preparativos do plebiscito, tanto que foi pessoalmente a Brasília para acompanhar o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) da ação proposta por Goiás para restringir a consulta às regiões que seriam desmembradas. Na última quarta-feira, os ministros negaram o pedido e determinaram que toda população do Pará fosse ouvida. "Acho que esta decisão foi correta porque uma questão dessa natureza precisa refletir o sentimento de toda sociedade paraense", afirmou. E alertou para os riscos que o assunto pode suscitar na região. "Se esse processo for mal conduzido poderá trazer problemas. Mais que dividir territórios, podemos dividir o povo, e a Europa está cheia de maus exemplos sobre isso", afirmou.
O governador também garantiu que para compensar a diminuição do número de municípios que serão cobertos pelas tropas federais - serão 16 cidades no total -, o contingente de segurança estadual será reforçado para garantir a tranqüilidade do processo em todo o Estado. (No Amazônia)
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